Trava-se em Cabo Frio uma verdadeira batalha eleitoral entre os chamados prefeitáveis. Mesmo com os problemas crônicos da cidade, o poder embriaga e comove os  nossos políticos, que trabalham bravamente na formação de nominatas, na conquista de apoios partidários e, especialmente, na prospecção de tradicionais cabos eleitorais do município. 

Verdadeiramente, não é uma pré-campanha. Estamos em plena caminhada eleitoral, com direito a visitas domiciliares por todo o município, encontros nos mais diversos tipos de entidades, corpo a corpo no centro urbano e na periferia. Há em andamento um “vale tudo” para consolidar nomes e alianças, mesmo que estes prefeitáveis ainda não tenham propostas definidas ou discutidas pelo eleitorado. 

As pesquisas, ainda que feitas aleatoriamente, apontam, por vezes, o óbvio, como a indiferença do eleitor, mas, também, revelam expectativas sombrias de candidaturas que, definitivamente, não têm nada a oferecer ao município para a sua reestruturação, a sua verdadeira reorganização para o desenvolvimento. Mas é cedo, ainda, convenhamos, para estas sondagens populares apontarem com mais exatidão a tendência do eleitorado. 

O que está claro, mesmo, é o silêncio da chamada sociedade organizada. Os prefeitáveis preparam-se para a disputadíssima corrida eleitoral que está por vir, mas, do outro lado, os segmentos sociais ainda estão indiferentes ao embate. Não há, ainda, propostas de governo, muito menos sugestões e proposições para a penca de candidaturas que se apresenta.

Mas espera-se que o quanto antes nossas lideranças estejam prontas para definir o que, afinal, devemos exigir do próximo governante. Cabo Frio não pode se submeter ao silêncio obsequioso e, eternamente, aceitar que cada prefeito de plantão seja um ditador de normas equivocadas, de prioridades ardilosas que não representam as verdadeiras necessidades da população. 

Cabo Frio é uma cidade rica, milionária. Mas, infelizmente, vive deplorável penúria, fruto de gestões incompetentes, do silêncio de uma Câmara sempre subserviente para defesa de suas conveniências e, lamentavelmente, da indiferença da tal sociedade organizada. 

Isso precisa mudar. Sonhar não custa nada.