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ESPERANÇA

Plano de recuperação judicial pode garantir reembolso para clientes da G.A.S

Documento será apresentado à Justiça em 30 dias

27 maio 2022 - 12h12Por Cristiane Zotich

A G.A.S Consultoria, empresa que ficou conhecida no caso do Faraó do Bitcoin, pretende apresentar à Justiça, no prazo de 30 dias, um plano de recuperação judicial. Esta é esperança mais viável, no momento, para que clientes da empresa recebam de volta o dinheiro da empresa, que prometia realizar o serviço de "terceirização do trade em criptomoedas". Em conversa com a Folha, Davi Figueiredo, um dos advogados da empresa, contou que ainda não existe um prazo legal para o tão sonhado reembolso, mas providências para isso já estão sendo tomadas.

Na última quarta-feira (25), o advogado Sergio Zveiter que teria sido nomeado administrador judicial na ação ajuizada pela G.A.S Consultoria na 5ª Vara Empresarial da capital anunciou à imprensa que abriu um cadastro para inscrição dos credores. A estimativa inicial, segundo ele, gira em torno de 300 mil pessoas. Contudo, alertou que o pagamento das dívidas será efetivado somente se a G.A.S comprovar a origem lícita dos recursos.

À Folha, Davi não confirmou esses números. Revelou apenas que "todas as informações serão apresentadas em juízo após o levantamento que está sendo realizado".

A G.A.S é de propriedade de Glaidson Acácio dos Santos, e sua esposa Mirelis Yoseline Diaz Zerpa. Apelidado de Faraó do Bitcoin, Glaidson está preso desde agosto de 2021. A Polícia Federal o acusa de prática de pirâmide financeira através de uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas na Região dos Lagos. Já Mirelis está foragida há quase um ano.

Embora não seja advogado criminal de Glaidson, Davi Figueiredo explicou à Folha que "ao contrário do que muito se tem divulgado a respeito de pirâmide financeira, a acusação que pesa contra Glaidson é de crime contra o sistema financeiro nacional e organização criminosa".

A tese defensiva trazida inclusive no Pedido de Tutela Cautelar apresentado à 5ª Vara empresarial é a de que as atividades empresariais da G.A.S. não configuram qualquer crime, já que as criptomoedas não possuem uma regulamentação específica no Brasil alega Davi. Glaidson também é acusado de mandar matar os investidores Wesley Pessano, em São Pedro, e Nilson Alves da Silva, em Cabo Frio.

Sobre a acusação, Davi diz apenas que "o representante da empresa afirma categoricamente não ser o mandante dos crimes narrados".

(*) Confira a entrevista do advogado da G.A.S na íntegra na edição impressa da Folha dos Lagos que chegou às bancas nesta sexta-feira (27).