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Coluna

É da sua conta?

Tem algo estranho e inusitado acontecendo junto aos órgãos de pagamento do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Servidores estaduais, em especial do setor educacional, tem sido surpreendidos em suas contas bancárias com empréstimos não autorizados. É inte

16 maio 2014 - 15h50

Tem algo estranho e inusitado acontecendo junto aos órgãos de pagamento do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Servidores estaduais, em especial do setor educacional, tem sido surpreendidos em suas contas bancárias com empréstimos não autorizados. É interessante, primeiramente, questionar como as diferentes operadoras de crédito consignado tem obtido as informações a respeito dos dados pessoais dos servidores, indo muito além dos telefones de contato, mas dos valores recebidos e dos respectivos números das contas bancárias.

A artimanha tem sido feita do seguinte modo, o servidor recebe uma ou mais ligações de operadoras de crédito e mesmo que ele negue veementemente que não deseja nenhum crédito na conta, o que ocorre? Surpresa! O valor é depositado mesmo assim na conta do servidor. Isso quando se dão ao trabalho de ligar ou ligam apenas para confirmar que o dinheiro já se encontra na conta. Tem mais. Quando nem ao menos se dão ao trabalho de telefonar, depositam diretamente na conta e o servidor quando questiona o seu banco recebe a resposta de que o mesmo não faz a mínima idéia de como o dinheiro foi parar lá. Pelo menos dão a razão social dos depositantes, surpreendendo pela diversidade de operadoras e seus estados de origem, passando pelas que operam na baixada fluminense às que tem sua sede no Rio Grande do Sul.

Isso sem falar no tom agressivo e impositivo dos atendentes que, bem adestrados, praticamente constrangem o “felizardo” a tomar essa surreal situação como normal e irreversível.

O caso é no mínimo alarmante e, caso seja dada a velha desculpa de quem ninguém está sabendo que isso ocorre, merece ao menos o trabalho de uma investigação mais criteriosa. Existe algum esquema envolvendo a polpuda folha de pagamento dos servidores do Estado do Rio? É uma prática abusiva feita à revelia de convênios legais? Ou tudo não passa de um grande mal entendido?

É de conhecimento geral que esse tipo de operação é ilícita e que enseja procedimentos jurídicos. O problema é o transtorno que isso gera para o servidor que, além de não ter pedido ou autorizado dinheiro algum na sua conta, tem que se dar ao trabalho de resolver a pendenga, gastando seu tempo com os trâmites legais. Vai ganhar alguma compensação numa ação legal? Pode ser, mas não creio que compense o tempo e o aborrecimento.Para piorar ainda mais o que já é trágico, não satisfeitos em dar empréstimos não solicitados, também renovam com ou sem autorização dos servidores esses mesmos empréstimos (inclusive os legalmente contratados mas nos quais não há o desejo de renovar, e sim, quitar).

Uma coisa é certa, o negócio deve ser pra lá de lucrativo. Para alguém pelo menos. Só que esse alguém não é o servidor que, no final das contas, é sempre o maior prejudicado.