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Coluna

Ato reflexivo

21 maio 2021 - 12h29

Querido leitor, falo de Cabo Frio, região peculiarmente incrível na região dos Lagos do Rio de Janeiro. Conhece? Já esteve aqui? Pessoas visitam frequentemente e as percebo maravilhadas! Buscam por cada detalhe, cada pedacinho deste solo, seja por terra, seja por mar. Observo que dos olhos saltam pigmentos mágicos, capazes de transformar o verde das montanhas contemplados por nós, fazendo parecer diferente, deslumbrante! Olho ao longe e são as mesmas montanhas de todos os dias.

O mar bailando em ondas, um verdadeiro convite. A ele, tais visitantes se doam em total rendição. Ecoam seus suspiros leves, de alma lavada, olhar fitando ao longe, atraindo o infinito pra bem perto da face. Os bons ventos acariciando os que não temem a gigantesca proporção do oceano. No elevar das ondas seguimos.  Recordo o dia em que meus pés tocaram esta fértil terra. A suave sensação de receber o novo de coração aberto, olhar atento ao ‘amanhã’, que hoje bate à minha porta. O brilho nos olhos que contemplo, me faz sorrir. 

Sabe, querido leitor, independente da cidade, estado ou país, abrir o coração para a trajetória é o que torna leve. Entender que a busca é pelos resultados, e que não haverá resultado algum, se não houver gratidão. 

Descortinar as janelas das conquistas, nos permite tocar em solo de paz. Quais são os seus anseios? Já experimentou listá-los despretensiosamente? Listar o que se espera alimenta os sonhos; listar o que se tem, externando os sentimentos relacionados a cada conquista, é o verdadeiro combustível que nos mantém no caminho almejado.

É sábio reconhecer os territórios, recusar os atalhos e desfrutar do crescimento em cada etapa. Independente das circunstâncias, favoráveis ou adversas, a vida seguirá um ritmo, nem sempre harmonizado por nós. Há, sim, uma responsabilidade individual. O molde está no que contemplamos, admiramos, sem recuar as mãos à escrita dos capítulos. Mesmo que a chuva caia forte, seguiremos. Ainda que as pedras insistam em rolar do alto da montanha, seguiremos. Ainda que sucumbindo, seguiremos. Fato! Segue quem fica, segue quem vai. Cada etapa é aprendizado. Cada vivência, um crescimento. Cada permissão, uma proximidade com o porvir, mesmo que não saibamos ou tenhamos a compreensão imediata.

Seguimos amando, respeitando, deixando a melhor versão de nós. Aprendemos sobre o fiel mentor, tempo. Quem nos assiste de camarote em cada atuação no palco da vida. Brinda as coxias abertas quando chegamos. Segue paciente em nos ouvir. Valoriza cada tentativa, compreende os erros quando falhamos com o roteiro na tentativa de recomeçar. Aplaude cada cena, bradando ou em sussurros. Passageiros somos. Enquanto em cena, queremos mais. Uma vez fechadas as cortinas, a missão foi cumprida. Ato encerrado! 

Sejamos como turistas. Que não nos falte a magia da gratidão e o valorizar silencioso, por entender que tal grandeza não cabe no congelar de uma fotografia. Que nossa voz ecoe o amor sentido. Que os melhores sentimentos abracem o universo, reverberando a paz, a cura, o sorriso leve. Que jamais deixemos de lembrar que o roteirista do espetáculo vida nos deu permissão para atuar, seja coletivamente, seja em monólogo. Quando a cada um recolhe, não deve satisfação. Por nos conhecer e compreender tamanha sensibilidade, fragilidade diante das cenas reflexivas, permite um motivo, mesmo sabendo que nem sempre representará consolo. O tal porvir seguirá batendo em cada porta. A tal esperança despertará cada um a atuar. A tal fé, nos permitirá seguir escrevendo e atuando. Anseio saber que estás bem, querido leitor. Afetuoso abraço.