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DEPOIS DO CALOTE, A FÚRIA

Investidores se revoltam com fim de empresa de pastor que prometia lucro de 30% ao mês

História da Eagle Eyes engrossa lista de casos suspeitos de pirâmide financeira na região

01 outubro 2021 - 11h14Por Redação

Um incêndio num restaurante do bairro Jardim Esperança, em Cabo Frio, nesta quarta-feira (29), pode ter como pano de fundo mais um suposto golpe envolvendo investimentos falsos em criptomoedas. O estabelecimento pertence a Jonas Gomes da Silva, pastor da Igreja Apostólica Ministério Renascer em Silva, localizada no mesmo bairro. Segundo a polícia, Jonas também seria responsável pela empresa Eagle Eyes, que prometia retorno financeiro de 30% ao mês com supostos investimentos em bitcoins, mas fechou as portas e deixou centenas de clientes no prejuízo, muitos deles fiéis da igreja comandada pelo chamado “Pastor do Bitcoin” e também moradores do Jardim Esperança.

A história de Jonas se soma, agora, à de Glaidson Acácio dos Santos, proprietário das GAS Consultoria Bitcoin; de Rogério Cruz Guapindaia, da Alphabets Investimentos Esportivos; de Dougllas Soares Aquino, da Flashbets, e de Thiago Lobo de Souza, da Investing Lagos. Todos são suspeitos de atuar com esquema de pirâmide financeira. No entanto, apenas Glaidson está preso.

A polícia está investigando se o incêndio no restaurante foi causado por clientes da Eagle Eyes, que também teriam arrombado o portão da igreja, invadido o templo e levado aparelhos eletrônicos e outros bens de valor, em uma suposta tentativa de diminuir o prejuízo. Nos grupos de Whatsapp, clientes denunciaram que a Eagle Eyes anunciava retorno financeiro de 30% ao mês mediante investimento mínimo de R$ 2 mil. Depois, segundo eles, o investimento mínimo subiu para R$ 3 mil e o retorno caiu para 15%. Toda a negociação seria feita através de contrato, inclusive com firma reconhecida em cartório e notas promissórias assinadas pelo pastor Jonas.

No grupo de Whatsapp que mantinha com os clientes, a Eagle Eyes chegou a enviar um comunicado afirmando que, devido à situação de “tudo que tem acontecido em Cabo Frio” (os vários golpes aplicados por outras empresas de investimentos), os clientes começaram a pedir a devolução do dinheiro de volta. Por isso, decidiram encerrar as atividades “e devolver o capital de todos”. A devolução, no entanto, não teria acontecido. O pastor, sua esposa e outros parentes apontados como também responsáveis pela Eagle Eyes desapareceram e pararam de responder a qualquer contato.