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Conselho do Patrimônio quer suspensão da votação do Plano Diretor de Cabo Frio

Em reunião, nesta terça, órgão questionou vários trechos do documento referentes aos patrimônios culturais da cidade

04 maio 2023 - 08h30Por Cristiane Zotich
Conselho do Patrimônio quer suspensão da votação do Plano Diretor de Cabo Frio

A tão aguardada votação do Plano Diretor de Cabo Frio, anunciada para este mês de maio, pode ser adiada. Em reunião esta semana, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (CMUPAC) aprovou a proposta do vice-presidente do órgão, Lucas Muller, de solicitar a suspensão da votação até que alguns trechos do documento sejam esclarecidos aos membros do Conselho. Para Lucas, “o Plano Diretor de Cabo Frio é o cavalo de Troia da especulação imobiliária”. Ele informou que possui uma equipe de profissionais estão estudando o documento.

– Encontramos muitas coisas erradas e bem estranhas. O anexo 6, por exemplo, lista 17 áreas consideradas Área Especial de Interesse Cultural (AEIC) para o município, mas essas áreas não são definidas como patrimônio em nenhuma outra lei municipal. Então, quem definiu essas áreas já que o Conselho de Patrimônio não foi convidado para fazer parte do Plano Diretor? Como se define o que é patrimônio cultural municipal sem passar a discussão pelo conselho de Patrimônio municipal? Como foi feita a escolha dessas áreas? - questionou Lucas.

Entre as áreas citadas estão o casario Miguel Couto, capela Santa Rosa de Lima, sambaquis Novo Portinho, Praia do Forte e Duna Boa Vista, chaminés da antiga refinaria Nacional de Sal, ruínas da antiga refinaria Perynas e seu portal de acesso, estação Porto do Carro, entre outros.

Lucas Muller aponta mais problemas no texto:

– O parágrafo três é ainda mais grave porque diz que "as propostas deverão ser analisadas por órgão competente municipal”, mas não diz que órgão é esse. E quando encerra dizendo que o parecer será “submetido à aprovação do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural”, o documento se contradiz. Em nenhum momento o Conselho de Patrimônio foi chamado para definir quais são as áreas AEIC na cidade – garantiu.

Por conta disso, os membros do Conselho aprovaram o pedido de suspensão da votação do documento na Câmara até que essas questões sejam explicadas ao Conselho pela Câmara e pela Secretaria de Planejamento.

– A gente sabe que foram feitas quatro audiências públicas, mas todas em horário comercial, e por isso estavam esvaziadas. Inclusive eu fui na última, que aconteceu na Câmara também em horário comercial. Cheguei atrasado porque estava no trabalho, e não pude me pronunciar, porque normalmente as inscrições são feitas após a apresentação do Plano, mas fizeram antes. Não pude falar porque o presidente da Casa não deixou – criticou.

Embora seja parte do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, a Câmara de Vereadores de Cabo Frio não enviou nenhum representante à reunião.