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Coluna

O psicólogo de araque

27 janeiro 2023 - 13h42

Essa semana eu me lembrei do Tite. Em novembro do ano passado ele causou nas redes sociais ao convocar o lateral direito Daniel Alves. O jogador vinha cambaleando atuações pífias pelo Pumas do México. Apresentava uma forma física duvidosa. E, no futebol contemporâneo, dificilmente faria frente aos jovens candidatos a titular e reserva na posição. Bem, então para que levá-lo até o Catar?

A resposta do hoje ex-técnico da seleção brasileira fazia referência à “importância mental do jogador” para o grupo. Ainda usando o titês, dialeto pseudo filosófico criado por ele mesmo para falar de futebol, afirmou que o lateral era “uma referência psicológica”. Alguém fundamental para os jovens que vestiriam a amarelinha naquela competição.

Como a coisa ainda podia ser pior, a seleção brasileira não levou nenhum psicólogo para a Copa. Afinal, na Comissão Técnica havia ele, o lateral direito que, mesmo sem qualquer conhecimento científico sobre o importante ramo da psicologia esportiva, poderia ajudar. Mas, é claro, falhou.

Hoje está cada vez mais nítido que o navio de Tite naufragou devido a diversos furos em seu casco de vidro. O psicólogo de araque, que sequer conseguiu vestir a camisa 2 da seleção, está encarcerado no presídio de Brians 2. Lá responde a acusação de agressão sexual em uma boate em Barcelona, na Espanha. As investigações apontam que o abuso ocorreu no dia 30 de dezembro de 2022, tendo vitimado uma mulher de 23 anos.

O jogador nega. Embora tenha, no mesmo depoimento, apresentado versões diferentes sobre o caso e, por isso, se comprometido ainda mais. No vestido da vítima foi encontrado sêmen do acusado. A menção, feita por ela, a uma tatuagem localizada na parte inferior do abdômen dele, comprova a nudes.

A legislação espanhola passou por mudanças recentes que endureceram o tratamento e a pena para crimes sexuais. Graças a isso, o psicólogo fake da CBF deve ver o sol nascer quadrado até o fim do processo investigativo.

Esse caso nos mostra o tamanho de um fracasso que não cessa de crescer. É o mundo sujo, violento, abusivo e até negacionista da CBF. Tite, em quem um dia depositamos a expectativa de resgatar o futebol encantador da seleção brasileira, atolou em suas próprias frases. Tropeçou em escolhas cujos critérios eram movediços. E ainda escolheu o pior dos terapeutas.

Quanto ao lateral direito em questão, esse sai do futebol pela porta dos fundos. Sai de camburão. Algemado. De modo que, assim, sequer consegue fazer a arminha de outrora.