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Coluna

Entre a Seleção e a Inflação

O povo pode perceber que entre uma arena e outra, estão faltando algumas coisas essenciais. Educação, saúde, urbanização, saneamento, por exemplo. Por isso , o efeito inflação tem tirado o sono de Dilma. A oposição afirma que o país vai explodir. A

07 maio 2014 - 18h16
Faltando pouco menos de cinco meses para as eleições presidenciais, percebe-se uma notória prudência e timidez nas análises, seja nas páginas especializadas, ou até mesmo nos cafés e rodas de amigos. Um bom motivo para isso, talvez, tenha como pano de fundo a indefinição de certos fatores que poderão colocar ou retirar pesos da balança.
Pensemos a copa como o primeiro. Não há a menor dúvida de que o encanto e a euforia do evento vão servir de anestésico para milhões de brasileiros. O único imprevisto para os donos do poder, é que o Brasil perca o campeonato. Pode ser que desencadeie junto com o gosto amargo uma vaga lembrança de tudo que foi feito e gasto em prol de um evento em particular, em detrimento do que falta no cotidiano. Ou seja, o povo pode perceber que entre uma arena e outra, estão faltando algumas coisas essenciais. Educação, saúde, urbanização, saneamento, por exemplo.
Outro fator é a inflação. É engraçado que o termo é bem conhecido, algo semelhante a gripe. Todo mundo sente mas não sabe muito bem as suas causas e efeitos. Numa simples explicação, inflação trata-se de um aumento do nível de preços de determinados bens e serviços dentro de uma economia. Se todos esses aumentos acontecessem de forma harmoniosa, incluindo também os salários, o problema seria bem menor.
Acontece que alguns preços sobem, outros não, alguns ganham, outros perdem e, dependendo do que subir, o povo pode perder o poder de compra. A inflação pode ser desencadeada pelo governo, quando imprime mais dinheiro do que tem em suas reservas para assegurar o seu valor nominal. Mas principalmente, e nos dias atuais, vem sendo causado por desequilíbrios nas relações entre oferta e demanda de bens e serviços. Entre quem compra, quem fornece, quem vende.
Daí para frente é só problema. Os desequilíbrios não costumam vir desacompanhados de crises de consumo, oferta e produção. E do mesmo modo que os sintomas visíveis da gripe, eles se fazem sentir concretamente na vida das pessoas, seja com o desemprego, a escassez ou mesmo a ausência de certos bens e serviços fundamentais. O que era ruim piora. E que saída tem os governantes diante desse quadro? Bom, uma receita mais duradoura e eficiente seria o investimento maciço em infraestrutura, logística, capacidade produtiva e qualificação profissional. Os preços caem, os empregos sobem, o dinheiro no bolso valoriza, a economia circula.
Talvez a preocupação desses mesmos governantes, em especial da presidente Dilma e de sua equipe, seja o caminho escolhido e adotado desde a Era FHC: Uso dos juros para controlar o consumo e regular a produção,  o modelo de salário mínimo indexando o seu reajuste a índices de preços do consumidor e, finalmente o “Toque de Midas” petista, desoneração artificial da produção com redução de impostos, tornando os produtos mais baratos sem mexer na capacidade produtiva, além uma ampla rede de assistência social pautada na transferência de renda. Ou seja, o país não tem como crescer como uma respeitável potência capitalista porque lhe faltam todos os recursos necessários para tal. Não tem energia o bastante, transporte e logística o bastante, crédito barato o bastante, mão-de-obra qualificada o bastante...
Por isso , o efeito inflação tem tirado o sono de Dilma. A oposição afirma que o país vai explodir. A situação diz que vai bombar. Seja como for, é bom que a presidente e seus candidatos aliados em 2014, torçam pelo sucesso da seleção...