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Coluna

Celebrar será preciso

27 junho 2021 - 12h49

Com os dias ficando cada vez mais frios e o sol cada vez mais tímido, é hora de guardar o biquíni e vestir o casaco. Mas, como moradores de cidade praiana, o que nos resta fazer sem a praia? Chega a ser uma falácia pensar dessa forma com a pluralidade transbordando de cada canto da cidade. Não só Cabo Frio como toda a Região dos Lagos apresenta aos moradores e visitantes uma vocação turística que vai muito além do pé na areia. Quando olhamos para o cenário turístico da região, eventos memoráveis deixam saudade, como a Festa Portuguesa em Cabo Frio, o Festival de Jazz em Rio das Ostras, o Festival Gastronômico em Búzios, e tantos outros que marcaram a memória de quem os viveu e a história da região. 

Por mais saudosos que estejamos para que “tudo volte a ser como era antes”, não podemos esquecer que o cuidado ainda é necessário. Timidamente, depois da divulgação da agenda de eventos da Prefeitura, eventos começaram a surgir pela cidade, mesmo com todas as restrições, impedimentos e limites de segurança, como uma resposta ao ambiente de crise político-econômica, quase uma revanche ao baixo-astral generalizado. Essa injeção de esperança e otimismo, que nos ajuda a tirar os olhos do agora e olhar para o amanhã, nos leva a repensar o antigo para abrir espaço para o inédito. 

Existe um anseio geral por encontros significativos e por criar novas e alegres memórias afetivas. Depois de tanto sofrimento por causa da pandemia, quando isso acabar, acredito que vai surgir a necessidade genuína de celebrar a vida. Quantos casamentos, aniversários, lançamentos, graduações não deixaram de acontecer por causa do isolamento social? Tudo o que as pessoas querem é poder celebrar e estar com quem amam. Já estamos vendo isso acontecer nos países com vacinação avançada e por aqui, aguardamos pela nossa vez. 

Ainda em 2021 haverá um boom de demanda de comemorações, inicialmente pequenas e depois maiores. Eventos petit comité e muito caprichados estarão em alta no primeiro semestre de 2022. Receber em casa 30 a 40 convidados para jantares, almoços e fazer casamentos mais íntimos. Nos eventos corporativos, a base será a preocupação com a saúde e bem estar dos funcionários. Veremos mais propósito e uma preocupação maior com o impacto ambiental dos encontros. Em vez de presente, quem sabe doações. Em vez de flores de cortes, plantas inteiras. Em 2022  podemos apostar no retorno das maxifestas quando o vírus finalmente nos deixar. Esperamos ansiosos um réveillon catártico, um carnaval histórico e um ano cheio de aglomerações. Todos vão querer, e merecer, festejar.

Celebrar será preciso, tanto para a alma, quanto para o mercado.