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MEIO AMBIENTE

Entorno da Ilha do Japonês, em Cabo Frio, segue impróprio para banho

Análise feita pelo Inea revela presença de poluentes pelo sexto mês consecutivo

24 julho 2024 - 11h53Por Redação
Entorno da Ilha do Japonês, em Cabo Frio, segue impróprio para banho

Um dos recantos mais charmosos e procurados por turistas que visitam Cabo Frio segue impróprio para banho pelo sexto mês consecutivo. A última análise de balneabilidade feita (este mês) pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) revela a presença de poluentes em um trecho do Canal do Itajuru, próximo à Ilha do Japonês, no histórico bairro da Passagem.

A notícia foi veiculada na última edição impressa da Folha, e revela que além desse trecho, outros dois também continuam impróprios para banho. A Praia do Siqueira é um deles: este mês o tradicional recanto de pescadores de Cabo Frio completou dois anos e três meses ininterruptos de resultados negativos para balneabilidade. Ao longo dos últimos 10 anos o local esteve impróprio por 87 meses (cerca de sete anos). Somente em 25 meses (não consecutivos) a análise do Inea revelou que a qualidade da água coletada estava aprovada. Em outros 15 meses não foram feitas verificações.

O outro trecho que segue impróprio para banho é a orla da Praia das Palmeiras. Em 10 anos são 63 meses de análises negativas (pouco mais de cinco anos). Este ano, por exemplo, o resultado só esteve positivo em maio. Em 2023 foram nove meses de águas consideradas impróprias para banho.

Outro trecho turístico que chegou a ser considerado impróprio para banho este ano é o canto direito da Praia do Forte (entre os meses de fevereiro, março e abril). Antes disso, o local teve qualidade da água reprovada  em janeiro, fevereiro, maio, junho e julho de 2023, e março, abril, maio e outubro de dezembro de 2022.

Em março de 2023 a Folha chegou a publicar a notícia de que o Ministério Público Federal (MPF) afirmou haver indícios de crime ambiental por parte da Prolagos (concessionária responsável pelo saneamento de Cabo Frio e outras cidades da Região dos Lagos). Na ocasião o Inea havia divulgado que os resultados bacteriológicos estavam abaixo do padrão estabelecido pela Resolução Conama nº 274/2000.

– Sem dúvidas isso é um crime ambiental. Tanto que já existem duas ações penais desde 2019, e uma recomendação recente. E o esgoto não precisa nem estar chegando na Praia do Forte, não. Qualquer despejo irregular na Lagoa de Araruama é crime – explicou, na época, o procurador do MPF.

Em junho deste ano a concessionária anunciou uma série de obras de saneamento a partir deste segundo semestre: o objetivo é promover melhorias nos sistemas de tratamento de esgoto, e também no abastecimento de água. Até o fim de 2025, por exemplo, será realizada a modernização de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) que atendem à Região dos Lagos, uma delas a da Praia do Siqueira, que terá a capacidade média de tratamento aumentada em cerca de 50%. A primeira etapa da obra já está em andamento.