Oriunda da comunidade da Maré, na capital, Renata foi figura de destaque na região em 2019 - Crédito: DivulgaçãoA mulher mais votada para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) este ano foi Renata Souza, do PSOL, com 174.132 votos, o que lhe deu o terceiro lugar no geral, apenas atrás de Márcio Canella (União Brasil) e Douglas Ruas (PL). Oriunda da comunidade da Maré, na capital, Renata foi figura de destaque na região em 2019, quando presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apurou a morte de bebês no Hospital da Mulher de Cabo Frio.
Ao longo de meses, a deputada conduziu os trabalhos que incluiu depoimentos e visitas técnicas e resultou em um relatório com 138 recomendações para órgãos municipais, estaduais e federais. O relatório foi aprovado por unanimidade entre os deputados e propôs ainda 11 projetos de lei, entre eles a criação de uma política de combate à violência obstétrica, além de uma ouvidoria funcionando dentro da unidade, ampliação de leitos e do número de profissionais de saúde no atendimento aos pacientes.
A ação ajudou a dar visibilidade à Renata em Cabo Frio, onde a psolista foi a sétima candidata mais votada, com 1.064 votos. Em 2021, a deputada falou com a Folha sobre a necessidade de acompanhamento da situação de gestantes nas unidades públicas.
– Muitas vezes, nem o profissional reconhece a violência obstétrica. Vimos a tentativa de retirar esse conceito do âmbito do Ministério da Saúde. Isso seria um prejuízo real. Porque aquilo que não se nomeia não existe. E violência obstétrica está no cotidiano de mulheres pretas e pobres, que são da favela e da periferia. É importante que a gente denomine e mostre que isso de fato ocorre – declarou, à época.
Em meio ao amplo domínio de políticos de linha conservadora, o PSOL conseguiu fazer cinco deputados. Além de Renata, elegeram-se Flávio Serafini, Professor Josemar e Yuri.
