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OPINIÃO

Amor e orações

12 novembro 2019 - 20h01Por Moacir Cabral
Amor e orações

Hoje, Cabo Frio celebra 404 anos de fundação. Temos, verdadeiramente, muita história para contar, nem todas alegres, recheadas de boas intenções e de amor ao próximo.

A nossa origem, no embate com os indígenas, é uma passagem obscura que maculou a civilidade. Outros embates vieram, para o bem e para o mal. E, neste jogo de resistência, o lugarejo virou Santa Helena e, depois, então, Cabo Frio.

Hoje, passados tantos anos de resistência a tudo, deveríamos fazer uma declaração de amor em papel jornal a esta cidade divinamente recortada por montanhas, lagos, lagunas e um esplendoroso mar...

E que sejam feitas todas as declarações de bem querer, mas é imprescindível que cada um de nós também rezemos, oremos e louvemos a Deus e a todos os anjos e santos pelo presente e pelo futuro desta terra.

Cidade rica, contemplada há anos pelas milionárias indenizações dos royalties do petróleo, Cabo Frio vive na pobreza. Não aquela miséria nefasta que se vê pelo interior deste país. Mas, sim, um estado de penúria pela malversação do dinheiro público. 
Somos ainda uma cidade de pequeno porte, mas com todos os problemas de uma metrópole, seja na insegurança com bandidos do tráfico ou milicianos demarcando territórios.

A saúde é de precariedade incompatível com a receita municipal, assim como a educação é precária e o saneamento ainda é problema em diversos pontos do município. 

Sem ter o cidadão como prioridade, a rica cidade cabofriense tem o seu trabalhador no desemprego e subemprego, enquanto os mais diversos segmentos da cidade vivem a agonia de uma sociedade indiferente aos chefões políticos de plantão. 
Assim como em sua origem, 404 anos depois, infelizmente, a civilidade continua sendo maculada. Uma pena!

Que façamos, sim, a necessária declaração de amor a Cabo Frio. Mas, definitivamente, roguemos a Deus para que o nosso futuro não seja bem pior do que este que se vislumbra como resposta da incompetência da gestão pública.