(Matéria atualizada 09/10/25 às 11h48) - O Governo do Estado do Rio de Janeiro enviou, nesta terça-feira (7), um ofício circular urgente a todos os secretários municipais de Saúde. O documento, que a Folha teve acesso, estabelece novas orientações para o manejo de casos suspeitos de intoxicação por metanol em todo o estado. Assinado pelo Subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, Mário Sérgio Ribeiro, o ofício reforça o alerta de saúde pública após a notificação de novos casos suspeito em Cabo Frio e outro em São Pedro da Aldeia. Na noite desta quarta-feira (8), o painel “Monitora RJ” atualizou as notificações e informou a existência de um segundo caso suspeito em Cabo Frio.
Anexo ao ofício, os secretários municipais receberam a Nota Informativa nº 02/2025, que detalha o novo protocolo a ser seguido por hospitais e unidades de saúde. O material define o que caracteriza um caso suspeito de intoxicação por metanol, e cita como exemplo um paciente que apresente persistência ou piora dos sintomas entre 6h e 72 horas após a ingestão de bebida alcoólica. O documento reforça que os profissionais de saúde devem estar atentos a sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal) e do sistema nervoso central (cefaleia de forte intensidade, confusão, vertigem), e enfatiza a atenção a sinais visuais, como amaurose (perda total ou parcial da visão), borramento visual e midríase (pupilas dilatadas).
Diante de um quadro suspeito, o novo protocolo proíbe expressamente algumas práticas, como a realização de descontaminação gástrica e o uso de carvão ativado na abordagem inicial. Em vez disso, a Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde determina que o foco deve ser o suporte avançado de vida, a monitorização contínua de sinais vitais, avaliação neurológica e oftalmológica. Para pacientes que necessitem de suporte assistencial especializado, o governo do Estado informa que a referência de atendimento emergencial é o Hospital Estadual Anchieta (HEAN), no bairro do Caju, no Rio de Janeiro. A solicitação de transferência de pacientes graves deve ser feita por meio da Central Estadual de Regulação.
Também foram anunciadas novas normas de fluxo laboratorial para confirmar a contaminação por metanol, e para a liberação do antídoto de combate à intoxicação. Na segunda-feira (6) a Secretaria de Saúde do Estado anunciou a chegada da primeira remessa de etanol farmacêutico, enviada pelo Ministério da Saúde diante do registro de casos suspeitos.





