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Coluna

Zona Eleitoral

A cafetinagem eleitoral é um dos piores crimes que ainda existem no cenário político. Ao contrário da prostituição convencional, feita nos lugares típicos e conhecidos, ela se faz nos lugares mais inusitados, inclusive em igrejas, templos e usando cidadão

28 agosto 2015 - 20h47

A cafetinagem eleitoral é um dos piores crimes que ainda existem no cenário político. Ao contrário da prostituição convencional, feita nos lugares típicos e conhecidos, ela se faz nos lugares mais inusitados, inclusive em igrejas, templos e usando cidadãos de toda espécie, dos mais santos aos mais pecadores. O dinheiro, o cargo, a benesse em troca do voto é uma linguagem universal, ainda que profundamente promíscua.

A compra de votos, a formação de currais eleitorais,  a mistura da religião com a política, são atentatórios aos que possuem um pouco de pudor e recato. Assustam a todos, mais ainda aos possíveis promotores do desenvolvimento, investidores, etc. Ninguém gosta de visitar um lugar onde é assediado para os programas mais inusitados... Para piorar, esse tipo de programas não tem poupado ninguém. A cafetinagem  eleitoral envolve pessoas de todas as idades e trás riscos ainda maiores.

Por trás da prostituição e da cafetinagem política está o universo das drogas. Mas de um jeito mais requintado, através dos acordos com o poder paralelo, garantindo o acesso e, dependendo do montante, a exclusividade a certas frações do território, impedindo o jogo democrático em sua plenitude. 
Para piorar ainda mais um pouco, nos anos eleitorais a coisa fica completamente desavergonhada. E o próximo já está na porta. Não é difícil identificar as campanhas prostituídas. Elas são massivas, estão nas ruas, nas esquinas, tropeçamos nelas sem maior dificuldade. Quantos não se entregam a elas por alguns trocados? Vendem seus corpos e seus votos pelas migalhas oportunistas? Mas no fim das contas, como na prostituição convencional, só o agenciador fatura alto. Quem opera o negócio é quem ganha e define quem pode ganhar. E esse círculo é exclusivo. Privado. Não foi feito para quem fica no ponto.

O problema é de difícil combate, é verdade. Precisa da intervenção massiva da sociedade, das entidades civis, das religiões verdadeiramente de bem, das autoridades policiais, judiciárias e até mesmo das entidades de acolhimento. O caso é crônico. Hoje sofremos mais com os políticos que se travestem de honestos. E que não dão o menor sinal de que vão abandonar a zona... eleitoral. 
Na verdade, esse programa custa muito caro aos cofres públicos. Caro até demais.