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Coluna

Volátil

O ano é 2013. Em uma mesa de bar, um grupo de amigos conversa animadamente sobre suas apostas para o futuro do Brasil, e do mundo também. Vamos supor que a conversa tenha se passado nessas reuniões de fim de ano, que colegas trabalho troquem presentes e p

19 agosto 2019 - 20h09

O ano é 2013. Em uma mesa de bar, um grupo de amigos conversa animadamente sobre suas apostas para o futuro do Brasil, e do mundo também. Vamos supor que a conversa tenha se passado nessas reuniões de fim de ano, que colegas trabalho troquem presentes e promessas sobre o que vão fazer no ano que está por chegar.


No meio dos amigos, um deles vem com as seguintes “previsões”. Em 2020, a Esquerda no Brasil não estará no poder, posto que foi derrotada por ampla maioria por um candidato de extrema direita, que em sua campanha defendia a liberação do porte de armas para cidadãos comuns, era abertamente contra as políticas de igualdade de gênero, etc, etc.


Além disso, a maior parte dos eleitores que garantiram a vitória de sua campanha foram exatamente os mesmos eleitores que deram a vitória à esquerda no Brasil, desde que o PT conseguiu eleger Lula como o Presidente do Brasil. Não contente com isso, nosso convidado disse também que nos Estados Unidos, um presidente também de extrema direita acabou com o longo ciclo de governos democratas e liberais, que deram a Bill Clinton e Barack Obama a vitória.


Não satisfeito com isso, nosso convidado também “previu”, que muitos políticos importantes, entre eles o próprio Lula estariam presos, e que a presidente Dilma seria deposta, por um processo de impeachment.


Quem quer dissesse algo parecido em um jornal, naquele não tão distante ano de 2013, seria certamente tomado por louco, para dizer o mínimo.
E no entanto, tudo isso, e muito mais aconteceu no espaço de menos de 6 anos. O que aconteceu afinal, com nossas “previsões”, com nossas pesquisas e projeções? 


No jargão do mercado financeiro, o termo “volatilidade” significa que as negociações de títulos, moedas e ativos são tomadas de incerteza, em determinadas conjunturas. Por exemplo, comprar Dólar pode ser um bom investimento hoje, mas uma notícia de uma recessão na Europa, ou nos Estados Unidos, pode desfazer esse cenário em um piscar de olhos.


As eleições na Argentina nos últimos dias mostraram exatamente isso. A candidatura de oposição, que aqui no Brasil é considerada como uma plataforma “de esquerda”, embora na prática esteja muito longe disso, fez com que os mercados financeiros, no Brasil e no resto do mundo reagissem imediatamente.


Em 2020, teremos eleições para Prefeito. Eu não ficaria em nada surpreendido se essa ‘volatilidade”, tão comum no mundo financeiro se manifestasse mais uma vez, na política fazendo com que candidatos absolutamente desconhecidos chegassem à vitória. Isso vale para cidades como o Rio de Janeiro, mas também para as pequenas, como a própria Cabo Frio. Ou seja, talvez o próximo Prefeito de sua cidade seja alguém de que pelo menos até hoje, você nunca tinha ouvido falar antes. O Governador Wilson Witzel está aí exatamente para nos lembrar todos os dias isso.    

 

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