A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um conflito global no qual o Brasil participou enviando homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e da Força Aérea Brasileira (FAB). Obtivemos êxito na retomada de pontos estratégicos da Itália e, ao lado dos países Aliados, fomos decisivos no combate aos exércitos nazifascistas. O conflito terminou com 61 milhões de mortos e a vitória dos países Aliados sobre Hitler.
Inicio o texto falando sobre o séc. XX pois estamos diante de uma guerra mundial nova, dessa vez contra a pandemia do coronavírus, sendo que todos os países estão combatendo juntos um inimigo ágil e invisível. Nos dias de hoje, os Pracinhas se transformaram em médicos, enfermeiros e agentes de saúde e da assistência social, que estão na linha de frente e evitam a proliferação do vírus. Apesar de todo o esforço, é preciso nos perguntarmos como evitaremos maiores estragos, de maneira eficiente.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina, para atender pacientes em estado grave da doença causada pelo coronavírus, uma proporção de 2,5 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para cada 10 mil pessoas. Cabo Frio, segundo o Secretário de Saúde, tem, atualmente, 29 leitos públicos de UTI, o que é insuficiente. É imprescindível ativar, pelo menos, mais 100 leitos de UTI, já que temos uma população de aproximadamente 250 mil habitantes e somos o centro da Região dos Lagos.
Há semanas venho ressaltando a importância de se reabrir o Hospital Estadual de Barra de São João, de alugar o hospital UNILAGOS, antiga Clínica São Miguel, atualmente fechado, e a Casa de Saúde, que tem leitos desativados. Essas medidas aumentariam os leitos de UTI. Não obstante, essas ações não seriam suficientes para cobrir a Região no pico da pandemia. Para evitar o pior, a implantação de um Hospital de Campanha das Forças Armadas é fundamental para completar a quantidade necessária de leitos e impedir uma alta mortalidade.
A pandemia já está afetando a economia da nossa cidade. Quando se coloca em jogo a vida ou a economia, a vida prevalece. Quando a situação é de total vulnerabilidade social, porém, o recurso financeiro está totalmente ligado à vida. Por isso, cidades como Maricá já implementaram a política de renda mínima, que dá direito a um salário, durante 3 meses, para as pessoas cadastradas.
Mas de onde tirar recursos? Em um primeiro momento, proponho que façamos uma revisão da Lei Orçamentária, que prevê o fundo de Reserva de Contingência. Além desse fundo consta a previsão de gastos com eventos dispensáveis e que não acontecerão devido ao risco de aglomeração, como, por exemplo a Semana Teixeira e Souza e a semana Sebastião Lan.
Estamos diante das consequências de uma guerra. O espírito predominante deve ser de união. Não de união física, mas de ideias, de solidariedade e de compreensão. Para Cabo Frio sair dessa situação com o menor número de fatalidades, é necessário que sejamos incansáveis na cobrança por ações do poder público. Juntos na cobrança, separados em casa!