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Coluna

É a mãe!

Experimente perguntar a qualquer homem que você conheça se ele um dia teria a vontade de ser mãe. 

08 maio 2015 - 15h54

Experimente perguntar a qualquer homem que você conheça se ele um dia teria a vontade de ser mãe. Como leitor atento você repreenderia esse modesto colunista com a devida errata de gênero, afinal, ser mãe não é lá coisa de macho. E não é mesmo. Afinal, seria necessária aos machos uma evolução civilizacional de dimensões avassaladoras para que isso ocorresse.

Mas voltando a mãe, a sua, a minha e a dos outros, é possível percebermos a importância delas no processo de constituição de uma família e de nossa sociedade. Até porque é impossível de não lembrar. Desde a mais tenra idade, as meninas são induzidas direta ou indiretamente às brincadeiras, práticas e comportamentos que estipulam uma modelagem de cuidados típicas do universo encantado da maternidade. E é aí que mora o perigo.

Por dois motivos. A maternidade é uma decisão sobre o corpo e sobre os cuidados inerentes a uma vida que é assumida e, em segundo, por que ser mãe é uma questão que transcende o gênero. Sim meu caro leitor. Uma mulher pode perfeitamente gerar um filho, desde que fecundada natural ou artificialmente, mas pode ser completamente incapaz de maternar. É um papel social e não uma dádiva, um dom. É algo que se constrói a partir do modo pelo qual uma pessoa estrutura sua vida, suas emoções e concepções e não por revelação ou herança fisiológica.

Criar filhos é um processo que responde a sociabilidade que definimos como desejável e nesse campo, podemos perfeitamente relativizar os papéis de pai e mãe, não necessariamente ligados, como dissemos, ao fato inegável que existem diferenças entre aparelhos sexuais masculinos e femininos. Com isso, quero dizer, ou pelo menos dividir o que acredito, que ser pai/mãe é algo que podemos fazer independentemente dos limites impostos pelo corpo, o que nos dá a capacidade de transformar o amor, os cuidados e as restrições num processo de aprendizado emocional equilibrado.

Vale a pena. Desse modo, feliz dia das mães a todos que são capazes de maternar e de fazer disso uma bela experiência, digna das homenagens mais profundas do que os velhos, clichês, poeminhas e compras...