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Coluna

Ambiente ao Meio

Não é de hoje que a bandeira do meio ambiente se encontra dividida entre os politiqueiros e marqueteiros. rio 

10 junho 2014 - 17h40

 

Não é de hoje que a bandeira do meio ambiente se encontra dividida entre os politiqueiros e marqueteiros. Qualquer um ou qualquer grupo que não se encaixe nessas duas categorias terá certamente muita dificuldade de ser levado a sério quando defender, com a ênfase necessária, as premissas de um mundo sustentável.

No grande espetáculo de som e imagens, típico da sociedade contemporânea da informação, é mais importante ter a foto estampada no facebook do que vivenciar um efetivo ativismo. Até porque, é comum que o ativismo nessa área, quando incomoda aos interesses do capital e do poder, começa a ser severamente perseguido. Paga-se com a própria vida até.

Desse modo, não faltam exemplos de ações que apenas servem para alimentar a crise de consciência das pessoas, em especial das classes emergentes, que acreditam que separar o seu lixo é uma monumental ação ecológica, mesmo sem saber se o seu lixo separadinho vai para um saco comum com todos os demais detritos, e levado a um aterro sanitário, clandestino ou não. É aquela velha história do “eu fiz a minha parte”, mas sem cobrar que os demais, sobretudo as autoridades competentes, façam as deles.

As recentes declarações do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sobre a oportunidade perdida de usar as olimpíadas para despoluir a Baía da Guanabara é tão cínica quanto oportunista. Nunca se quis tratar a sério o assunto, agora menos ainda. Resta a vergonha da declaração de que a saúde dos atletas não será afetada porque as provas serão disputadas em partes “menos poluídas”. E o legado? Zero.

Nós aqui também temos nossos problemas. A Lagoa de Araruama também tem sofrido e muito com a falta de infraestrutura urbana, o crescimento desenfreado das cidades que, com o tempo, tornou problemática a inclusão de uma rede universal de captação. Se não houve planejamento, pelo menos sobraram discursos. Não é de se espantar que a defesa da lagoa venha em momentos muito específicos, como as eleições, quando acontecem catástrofes naturais ou quando há o interesse de se fazer negócios privados com o problema que é de todos.

Enquanto isso continuaremos a organizar catação de lixo nas orlas, abraços, passeatas, camisetas, propagandas e campanhas de internet. Nesse ínterim, as águas e as espécies desses sistemas, vão se virando como podem.