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Coluna

Panorama

28 maio 2021 - 19h58

MURO
Sentindo que o muro ainda está baixo e de olho nas pesquisas que apontam o bolsonarismo rolando ladeira abaixo, o presidente da Câmara Arthur Lira (PL-AL) já mandou os primeiros sinais: já está “analisando” os pedidos de impeachment do presidente. Um salto quântico para quem até ontem não via motivos que justificassem o ato. Como o “Centrão” não joga para perder, nos resta aguardar os próximos capítulos.

UERJ
O deputado Anderson Moraes (PSL-RJ) protocolou na Alerj um Projeto de Lei que propõe extinguir com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A alegação? A surrada e surreal narrativa de que a instituição se dedica ao “aparelhamento ideológico de viés socialista”. A casa legislativa já mostrou que sequer levará a sério o pedido que, segundo especialistas no assunto é inconstitucional, inclusive.

POSIÇÃO
O regime de Castro (o do RJ e não o cubano...) ainda não encontrou uma boa posição para dormir no colchão do bolsonarismo. Prova disso foi a atrapalhada decisão de vetar integralmente a Lei Escola Sem Mordaça, de autoria dos deputados Carlos Minc (PSB-RJ) e André Ceciliano (PT-RJ). O problema é que o ato veio um dia depois do governador ter sancionado a Lei. Desistiu de vetar... A lei é um importantíssimo instrumento para a garantia da liberdade de cátedra e de pensamento. 

CPI
No depoimento de Dimas Covas à CPI a cereja do bolo será o esclarecimento sobre como o governo federal não priorizou a compra de vacinas. Em suas lives Bolsonaro fez questão de tratar explicitamente a questão da vacinação como política. Assim, espera-se a comprovação (um tanto evidente) que o presidente atrapalhou a condução do processo com a ausência de investimentos e ataques contundentes à China e aos adversários do governo.

PALCO
Que a convocação de governadores na CPI da pandemia é apenas uma parte da estratégia da bancada governista de mudar o foco das responsabilidades atribuídas ao Governo Federal é público e notório. É claro que todos os desvios devem ser fiscalizados, mas também é bom lembrar que pela organização federativa caberiam às Assembleias Estaduais e aos respectivos órgãos de controle essa investigação. As verbas federais foram um puxadinho encontrado que podem, em tese, justificar a convocação de qualquer um, inclusive do próprio presidente da república. Mas uma coisa é certa: o depoimento do ex-governador do RJ Wilson Witzel promete dar trabalho aos bolsonaristas.

É HORA?
Com duas novas e perigosas variantes identificadas (a P4 e a indiana) e indícios de uma terceira onda a caminho, questiona-se se é mesmo prudente a realização das manifestações nas ruas contra o presidente Bolsonaro. Serão seguras? Fazer diferente de quem se critica seria mais coerente.