Em 2020, Marquinho se lançou candidato a prefeito, mas teve o registro de candidatura rejeitado pela Justiça Eleitoral

Em recente entrevista à Folha dos Lagos, o deputado estadual reeleito Dr. Serginho (PL) afirmou que ainda é muito cedo para pensar em eleição municipal, e que até 2024 tem “mais dois anos de muito trabalho pela frente” na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Mesmo assim, vem sendo apontado por analistas políticos com um nome certo na corrida pela Prefeitura no próximo pleito. Outro nome conhecido da política cabo-friense confirmou à Folha estar preparado para a disputa: o ex-prefeito Marquinho Mendes (MDB).

– Estou com minha situação completamente resolvida. Não tenho mais processo pendente, que possa me levar a qualquer tipo de inelegibilidade. Estou deixando meu nome já à disposição do nosso grupo político. É o grupo quem escolhe suas candidaturas, e estou colocando meu nome à disposição da sociedade cabo-friense para que possa analisar novamente nosso nome para prefeito daqui 2 anos – contou.

Filho do ex-deputado Wilson Mendes, Marquinho é médico ortopedista e entrou para a política em 1992, quando se elegeu vereador. Quatro anos depois foi eleito vice-prefeito junto com Alair Corrêa. Em 1998 deixou o cargo ao se eleger deputado estadual. Em 2004 se tornou prefeito de Cabo Frio pela primeira vez, sendo reeleito em 2008. Em 2014 concorreu a deputado federal, mas ficou como suplente, assumindo efetivamente após a cassação de Eduardo Cunha, em 2016. No mesmo ano foi eleito prefeito de Cabo Frio pela terceira vez.

Durante todo esse período, Marquinho foi alvo de várias ações de inelegibilidade, que culminaram com a cassação do seu mandato de prefeito em 2018 e uma eleição suplementar em Cabo Frio no mesmo ano. Embora tenha motivado a eleição e estivesse com o registro de candidatura indeferido pelo TRE, Marquinho concorreu, mas não se elegeu. Todos os 32.187 votos recebidos foram anulados pelo TSE devido à sua situação jurídica, e Dr. Adriano foi declarado eleito com 34.529 votos.

Em março de 2019, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) condenou Marquinho novamente, desta vez por abuso de poder econômico nas eleições de 2016, deixando-o inelegível até março de 2024. Mesmo assim, em 2020, ele se lançou candidato à Prefeitura de Cabo Frio. Mais uma vez teve o registro de candidatura rejeitado pela Justiça Eleitoral. 

Antes do período eleitoral de 2020, Marquinho chegou a anunciar que apoiaria o sobrinho, Aquiles Barreto (PSD), como candidato a prefeito, mas voltou atrás, retirou o apoio e anunciou que seria candidato, mesmo com a condenação. A situação causou uma briga familiar e fez com que Aquiles apoiasse a candidatura de José Bonifácio (PDT), que foi o vencedor da eleição. Quase dois anos depois, a situação familiar parece ter sido resolvida: em junho deste ano, durante uma live nas redes sociais, Aquiles anunciou que Marquinho será seu candidato a prefeito em 2024.

– Quem não gostaria de ter o apoio de Aquiles Barreto? Eu me sinto lisonjeado. É um apoio muito importante. Ele foi candidato agora, a deputado federal, teve uma votação muito expressiva, e nós vamos construir juntos um novo momento para Cabo Frio – disse Marquinho, lembrando que terá as mesmas prioridades das gestões anteriores: “saúde, educação e social”.

 Ainda em conversa com a Folha, o ex-prefeito disse que espera que o governo de Bonifácio ainda produza muito mais. 

– Mas não está nem com dois anos de mandato, ainda. Vamos esperar para avaliar no final.