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NÃO FOI AFASTADA

Caso de servidora da Saúde que morreu de Covid-19 vai parar na Anistia Internacional

Vereador Rafael Peçanha anunciou que vai notificar entidade de direitos humanos contra a Prefeitura de Cabo Frio

09 junho 2020 - 20h30Por Redação

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Cabo Frio, vereador Rafael Peçanha (Cidadania), anunciou nesta terça-feira (9) que vai notificar a Anistia Internacional sobre a morte por Covid-19 da funcionária da Saúde Lúcia Maria da Conceição, de 63 anos, na última sexta-feira (5).

Peçanha disse durante a sessão que recorreu ao organismo internacional de defesa dos direitos humanos para cobrar providências da Prefeitura, que não liberou do trabalho os servidores da Saúde com mais de 60 anos ou fatores de risco para a doença. O vereador, que também é líder da oposição ao governo Adriano na Casa, afirmou que recebeu denúncias sobre funcionários que não foram liberados das suas funções.

– Peticionar organismos de direitos humanos nesse país não está valendo de muita coisa, portanto, vamos peticionar a Anistia Internacional para transformar esse caso da saúde de Cabo Frio num caso a ser observado e providências precisam ser tomadas para que novas situações como essa não aconteçam – disse o vereador.

No discurso, Peçanha lembrou que, em abril, a Câmara aprovou por unanimidade uma indicação para que a Prefeitura liberasse do trabalho presencial todos os servidores que pertencem ao grupo de risco. Pouco depois, tanto a Secretaria de Saúde quanto o Ministério Público foram notificados da situação, porém, nada mudou.

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Com salários atrasados, servidores da Saúde de Cabo Frio amargam a crise no setor e o descaso. Esta semana, os profissionais fizeram ato em protesto pela morte da enfermeira Lúcia Maria da Conceição, de 63 anos. Ela morreu de coronavírus após não ser liberada de suas funções pela prefeitura. Veja no vídeo.

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A morte de Lucia causou revolta na categoria, que fez um protesto nesta segunda-feira (8) em frente ao Hospital São José Operário, em São Cristóvão. Para evitar a disseminação do novo coronavírus, os manifestantes usavam máscaras.

Na reportagem que noticiou a internação de Lucia Maria, a secretaria de Saúde afirmou que a enfermeira "não foi dispensada do trabalho, mesmo com idade acima dos 60 anos, por determinação de uma circular interna, emitida pelo gabinete do prefeito Adriano Moreno em 17 de março, que exige a presença dos profissionais de Saúde em seus postos de trabalho, por realizarem serviços essenciais".

A pasta afirmou ainda que a funcionária não passou por qualquer perícia médica, nem fez pedido nesse sentido. A secretaria também informou que Lucia Maria apresentou sintomas de gripe e, por isso, foi dispensada do trabalho por sete dias, a partir do último dia 14. De acordo com a pasta, o agravamento dos sintomas e o diagnóstico positivo de Covid-19 ocorreram no período de licença médica, que terminaria no último dia 21.