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‘Quando as crianças perguntam, dizemos que virou estrela’

Após um ano, Kely Soares, presidente da Apae, lamenta morte do professor Trajano

06 junho 2015 - 14h25

“O período após a morte do professor Trajano foi muito difícil pra todo mundo que conviveu com ele e aqui na Apae não foi diferente. As crianças, então, choravam muito, perguntavam constantemente por ele e como explicar que ele não viria mais? Quando as crianças perguntavam sobre ele a gente dizia que tinha virado estrelinha no céu. Ainda hoje não conseguimos um professor para substituí-lo. Mas a Apae e as crianças têm essa característica de ressurgirem das dificuldades, que já foram muitas, e hoje a aceitação é melhor. Elas ainda perguntam sobre ele, mas agora um pouco menos. O palhaço Pipoco vai fazer falta para sempre na vida de todo mundo porque além de tudo o Trajano era como um amigo para eles. Os culpados estarem soltos reforça o sentimento de banalização da violência. Eles não deviam ter tirado ele da gente”. A afirmação de Kely de Oliveira Soares, presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), é de lamento pela morte do professor de educação física João Trajano Bandeira Caixeiro, que completo um ano na sexta-feira (5) sem que os culpados tenham sido identificados pela polícia. Ele foi morto por volta das 20h, na Rua Índia, no Jardim Caiçara, em Cabo Frio. Na ocasião, moradores disseram a polícia que dois homens com capacetes passaram e dispararam contra o professor, que tinha acabado de sair de uma academia, onde dava aulas. Os tiros atingiram a face e o tórax do educador, que atuou por mais de 30 anos na Apae. Segundo Kely, a amizade de Trajano com alunos e professores era o que os unia.

– Além de professor, ele era amigo dos alunos, que o procuravam para conversar, para pedir ajuda com os problemas deles. O palhaço Pipoca fazia a alegria das crianças e a gente fica com a sensação de que a violência se naturalizou – contou ela, que também é mãe de um menino com deficiência e que desde que nasceu era cuidado pelo professor.

Reportagem completa na edição impressa do Jornal Folha dos Lagos deste fim de semana