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Páginas da Folha mostraram expectativas, frustrações e protestos em um ano de governo Adriano Moreno em Cabo Frio

18 julho 2019 - 09h20

TOMÁS BAGGIO

Expectativas, planos, frustrações, rompimentos e protestos. Em um ano do governo Adriano Moreno, as capas da Folha dos Lagos mostraram os altos e baixos da gestão e acompanharam o passo a passo dos acontecimentos. Nestes 12 meses de governo, a reportagem da Folha escolheu 12 capas, uma para cada mês da gestão, que ilustram as principais notícias do período. A série tem início no dia da posse do prefeito, 17 de julho do ano passado. Na ocasião, a Folha estampou: “Começa hoje a era Adriano”. 

“Adriano é o primeiro prefeito, desde 1993, a tomar posse após ser eleito nas urnas, que não é Alair Corrêa ou Marquinho Mendes”, dizia o texto de chamada.

Já no mês seguinte, no dia 25 de agosto o prefeito fez uma promessa que tinha sido plataforma de campanha. “Adriano quer acabar com filas na Saúde em até três meses”, foi a manchete. A notícia informava que “diante de críticas, prefeito aposta em informatização de sistema”. Na época ele informou que tudo estaria funcionando dentro de 90 dias, ou seja, até novembro do ano passado.

Em setembro, no dia 28, outra promessa: “Adriano afirma que vai tirar cidade do ‘SPC dos municípios’”. Na ocasião o prefeito disse que a prioridade era “equacionar AS dívidas que têm juros maiores”. Um dia antes a Prefeitura divulgou que a dívida do município chegava a R$ 1,3 bilhão. 

Adriano disse considerar a dívida ‘pagável’, e que pretendia parcelar débitos o quanto antes para tirar o município do cadastro negativo da União e voltar a receber verbas. Até hoje o município segue no cadastro negativo e está impossibilitado de receber parte das verbas federais.

Já no dia 19 de outubro surge a esperança da China. A manchete mostrava que o prefeito Adriano Moreno esperava trazer investimentos da viagem que estava prestes a fazer para a cidade chinesa de Huzhou. 

“Adriano vai em busca do ‘negócio da China’”, dizia o título. Mostrava ainda que o prefeito estava “levando na bagagem a expectativa de fechar negócios com os asiáticos”.

Em novembro, mês do aniversário de Cabo Frio, a Folha fez uma entrevista especial com o prefeito, publicada na edição do dia 13, quando Cabo Frio comemorou 403 anos de fundação. O título refletia a incógnita do período: “Como será o amanhã?”. Entre os destaques, “prefeito detalha ações tomadas para estancar a sangria financeira no município”, “grandes negócios vêm com promessa de emprego: supermercados, shoppings e mais”, “Tamoios terá escola técnica em tempo integral com 1.800 vagas” e “Cabo Frio entra no mapa turístico da China, e visitantes podem chegar em breve”.
Em dezembro, no dia 12, outro destaque sobre as contas da cidade: “Prefeitura parcela precatórios”. As dívidas com a Justiça eram tidas como o grande obstáculo que a gestão vinha enfrentando. A notícia informava que “a Prefeitura de Cabo Frio conseguiu oficializar o parcelamento do débito do governo com precatórios, que totalizam R$ 146 milhões”. 

Na virada do ano, o caldo esquentou. No dia 11 de janeiro o jornal mostrava que, pela primeira vez nesta gestão, os servidores se voltavam contra o prefeito por causa de atraso de salários. “Servidores reagem com pressão e greve a atraso no pagamento”. A previsão era de que o salário de dezembro fosse quitado até o dia 23 de janeiro. Os servidores não aceitaram ver o velho filme de volta e entraram em rota de colisão com o governo.

Já em fevereiro, a situação do Hospital da Mulher era o principal tema em destaque. Após uma série de mortes na unidade de saúde, no dia 6 o prefeito Adriano disse que as críticas eram “ações para desestabilizá-lo”. 

“Adriano minimiza crise no Hospital da Mulher”, foi a manchete, mencionando ainda as críticas do prefeito em relação à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) para investigar as mortes no Hospital da Mulher.

A situação da saúde continuou problemática e, no dia 16 de março, a Folha estampava o grito da população. “Emergência” era a chamada, seguida do título: “Adriano afirma: ‘Não fui eu que criei esse caos’”. O texto constatava que “se fosse um paciente, a Saúde de Cabo Frio deveria ser levada imediatamente para a emergência”. 

“A ambulância, no entanto, demora a chegar para o socorro – assim como os resultados do choque de gestão prometido pelo prefeito Adriano Moreno (Rede), que, médico, teve na melhoria do setor uma de suas principais plataformas de campanha. A morte da menina Gabrielle Biral, de 12 anos, vítima de meningite vital (que não é contagiosa), após amargar dias de negligência, soma-se a denúncias de favorecimento envolvendo clínica particular, questionamentos sobre o contrato de aluguel de ambulâncias e mortes de bebês no Hospital da Mulher”. 

Quase um mês se passou até que providências fossem tomadas na unidade de saúde. No dia 3 de abril, a manchete da Folha mostrava o afastamento dos ex-diretores do Hospital da Mulher, que foram demitidos após prestarem depoimento na CPI do Hospital da Mulher na Alerj.

Em maio, destaque para a saída de Cláudio Leitão da Secretaria de Educação, após entrar em um embate público com o secretário de Fazenda, Antônio Carlos Vieira, o Cati. A manchete dizia “Leitão denuncia irregularidades no governo e ataca Adriano e Cati”.

O ex-secretário convocou uma entrevista coletiva, apontou desvio de finalidade em cerca de R$ 40 milhões da Educação que teriam sido usados em outras áreas do governo e disse que levou toda a documentação ao Ministério Público.

Já no mês passado, a crise entre o governo e o funcionalismo estava totalmente escancarada. No dia 26 de junho a manchete foi: “Protesto contra a política do ‘meu pirão primeiro’”. 

Na ocasião, os manifestantes fizeram um sopão na porta da Prefeitura para simbolizar a falta de dinheiro dos funcionários com mais um atraso de salário. Situação que perdura até hoje.