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INVESTIGAÇÃO INTERNA

Iranildo confirma sindicância para apurar falta de EPI na Saúde de Cabo Frio

Secretário não descartou problemas na gestão do almoxarifado

05 maio 2020 - 09h34Por Rodrigo Branco

A Secretaria de Saúde vai abrir uma sindicância para apurar as denúncias de falta de equipamento de proteção individual (EPIs)  para os funcionários das unidades de Saúde do município. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (4), pelo secretário Iranildo Campos para a reportagem da Folha.

Iranildo disse que resolveu fazer a apuração depois que uma servidora do Hospital São Jose Operário fez um vídeo denunciando que as máscaras usadas por ela e pelos colegas foram doadas e não entregues pela direção da unidade. Nesta segunda, o secretário tirou do cargo os três diretores, mas afirmou que a causa não foi apenas a falta das máscaras em si, mas admitiu que o fato foi o estopim para o afastamento.

O secretário não soube dizer quanto tempo vai demorar a sindicância, mas comentou que já destacou dois procuradores da Saúde para começar o processo. Mais uma vez, Iranildo garantiu que não faltam equipamentos.

 Mesmo dizendo que manda relatórios diários para o Ministério Público sobre o que tem no almoxarifado, ele não descarta problemas na gestão do estoque. Questionado sobre o assunto, disse que prefere aguardar o resultado do levantamento.

– Não podemos falar nada, enquanto não houver o resultado da sindicância. Temos que buscar os responsáveis, mas não quero ser injusto com ninguém – argumenta.

Além da sindicância, o secretário de Saúde anunciou que instituiu uma comissão com cinco funcionários para ajudar as levantar os problemas estruturais nas unidades municipais durante o combate ao novo coronavírus. Segundo Iranildo, fazem parte do grupo um motorista, um auxiliar de serviços gerais, um técnico em enfermagem, um enfermeiro e um médico.

Enquanto as novidades não surtem efeito, os problemas continuam. A Folha recebeu nesta segunda-feira (4) uma denúncia de que há um paciente grave no Hospital São José Operário, com suspeita de Covid-19. Segundo relatos, os funcionários da unidade não estão podendo cuidar dele por conta da falta de EPIs. A Secretaria de Saúde informa que não procede a denúncia de falta de EPIs.

Apelo dramático ganhou as redes sociais

Na última sexta-feira (1°), em pleno Dia do Trabalhador, a servidora Marilene Viana postou um vídeo nas redes sociais em que denuncia que as máscaras usadas pelos funcionários do Hospital São José Operário são fruto de doação e não foram entregues pela direção da unidade. As imagens viralizaram e causaram indignação.

- Hoje no plantão recebi essa 'mascarazinha' de TNT, caseira, que foi uma doação ao hospital. Queria perguntar aos gestores, ao Dr. Adriano, prefeito, ao Dr. Iranildo Campos (secretário de Saúde), se isso é a condição de trabalho que eles não dão para dizer que não falta EPI, que está tudo perfeito - desabafou, na ocasião.

Após duvidar inicialmente da intenção da denúncia, o secretário diminuiu o tom contra funcionária, mas não deixou de dar uma declaração polêmica, em entrevista ao jornalista Sidnei Marinho, no último sábado (2).

– Não estou contra funcionário. A funcionária (que fez a denúncia) falou no vídeo: 'vão ms perseguir, vão até me matar'. Aqui não tem isso, não. A gente mata é bandido, é vagabundo. A gente não mata funcionário sério, não. Funcionário vai ter todo meu apoio – disse, na ocasião.

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