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Fracionamento salarial revolta servidores da Saúde de Cabo Frio

Ibascaf anuncia pagamento nesta segunda (11), mas apenas de aposentados que recebem até R$ 3 mil

11 maio 2020 - 18h08Por Rodrigo Branco

Servidores da Saúde de Cabo Frio estão revoltados com o fracionamento dos salários do mês de abril. Embora a prática venha desde o começo do ano passado, por parte da Prefeitura, muitos funcionários que entraram em contato com a reportagem da Folha aguardavam mais consideração com quem está na linha de frente do combate ao novo coronavírus.

Segundo eles, apenas servidores e efetivos e contratados que trabalham no Hospital de Campanha da Unilagos e da UPA do Parque Burle receberam, e ainda assim sem direitos trabalhistas, como adicional noturno e insalubridade. Em outras unidades, nem isso.

 “Olha que covardia com os contratos da Saúde. Nossa escala apertou e não vamos receber. A UPA e o Unilagos receberam o salário errado. Ficamos a mercê desse prefeito e desse secretário de saúde que falou que estamos trabalhando em regime militar. Nossa escala está 24x72. Estamos largados”, disse uma fonte que não quis se identificar.

Além da insatisfação crescente na Saúde, pelo segundo mês seguido, o Instituto de Benefícios e Assistência aos Servidores de Cabo Frio (Ibascaf) anunciou que o depósito de aposentados, pensionistas e servidores de auxílio-doença será feito em partes. De acordo com uma lei municipal de 1989, o pagamento aos aposentados e aos demais inativos é prioritário.

Mesmo assim, em comunicado na tarde desta segunda-feira (11), a autarquia informou o pagamento, mas apenas para servidores que recebem até R$ 3 mil. Quanto ao restante, ainda não há previsão.

Segundo o secretário municipal de Fazenda, Clésio Guimarães Faria, foi feito um repasse ao Ibascaf na semana passada e será feito outro esta semana. Sobre o fracionamento na Saúde, o secretário afirmou que a gestão da folha salarial é feita pela Secretaria de Saúde e o pagamento feito pelo Fundo Municipal de Saúde. A reportagem não conseguiu contato com o secretário Iranildo Campos para saber dos problemas no pagamento de salários.

De todo modo, Clésio reafirmou que haverá dificuldades para o pagamento nos próximos meses por causa na queda na arrecadação municipal.

– Nossa arrecadação total caiu R$ 12 milhões de março para abril. Isso é um terço de tudo o que a gente arrecada por mês. Foi isso que provocou esse descompasso. E vai cair ainda mais, a não ser que chegue essa ajuda do Governo Federal – disse, referindo-se ao pacote de socorro financeiro aprovado pelo Congresso Nacional, e depende da sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Caso não haja alteração, pelo calendário divulgado pela Prefeitura, receberão nesta quarta-feira (13) os efetivos da Saúde e do setor administrativo da Secretaria de Ordem Pública; na outra quarta (20), será a vez dos efetivos da Administração em geral, efetivos, comissionados e contratados da Educação (os últimos foram exonerados no fim do mês passado), e da Promoção Social; no dia 27, é a vez dos contratados da Administração e da Saúde; e por fim, dia 29, os comissionados da Saúde e da Administração.