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Folha dos Lagos reorganiza acervo de quase seis mil jornais

Exemplares serão disponibilizados para consulta na sede a partir do ano que vem

30 novembro 2021 - 15h23Por Boliche
Folha dos Lagos reorganiza acervo de quase seis mil jornais

Ao longo das últimas três décadas, as páginas da Folha dos Lagos têm contado a história de Cabo Frio e dos demais municípios da região com responsabilidade e vigor jornalístico. Em nome dessa trajetória, nos últimos meses, o jornal se dedica a reorganizar ao acervo, que conta com quase seis mil edições, desde a primeira, que foi às bancas em 30 de abril de 1990. O trabalho dedicado e persistente do diretor do periódico, Rodrigo Cabral, e do seu fundador, Moacir Cabral, representa mais um passo no esforço para a preservação não apenas da memória da publicação – atualmente semanal –, mas também de significativa parte dos registros históricoscontemporâneos de Cabo Frio e dos municípios vizinhos.

Desde que assumiu a gestão do jornal, em 2013, Rodrigo trabalha para conservar o acervo de edições frente à ação do tempo. Na época, foi feita da remessa de todo o acervo da Folha para a Biblioteca Nacional, uma vez que a lei de depósito legal (Lei Federal 10.994/2004) prevê que toda a produção impressa do país deve ser remetida para o acervo da instituição.

Com a pandemia de Covid-19, que forçou a mudança no sistema de trabalho para o home office, o trabalho chegou à terceira etapa, de reorganização das mais de quase seis mil edições, que também serão encadernadas para reforçar o arquivo das publicações.

– Temos as edições em boas condições de consulta, desde 1990. A gente teve o trabalho de pegar desde a primeira edição até agora, separar tudo mês a mês, todos os anos, todos os meses, e agora estamos remetendo a uma gráfica para encadernação, para que essesexemplares fiquem disponíveis para pesquisa. Já tínhamos todo o acervo no jornal e, também, na Biblioteca Nacional.

Agora, estamos criando novos cadernos, para dar uma nova “camada” de garantia de preservação desse acervo, bem como uma forma de melhorar o acesso da comunidade a ele. Rodrigo explica que a ideia inicial seria doar os novos exemplares reorganizados para alguma instituição para consultas, mas, por falta de estrutura adequada de equipamentos culturais, a iniciativanão será levada adiante neste  momento. Com isso, matérias históricas saídas da pena inspirada e talentosa de nomes do jornalismo local que passaram pela Folha como Cléber Lopez, Danielle Carvalho, Thiago Freitas, Fernanda Carriço, Tomás Baggio, Renata Cristiane, Cristiane Zotich, Filipe Rangel, Gabriel Tinoco, Mariana Ricci, Roberta Moraes, Suely Pedrosa
e o saudoso Fausto Neto, entre outros mais, deverão ficar disponíveis em um espaço na sede, na Rua Major Belegard, assim que for reaberta.

O verdadeiro trabalho de ‘arqueologia jornalística’ empreendido por Rodrigo e Cabral reservou momentos de pura nostalgia e surpresa, em meio a manchetes e capas que entraram para a história da imprensa regional do estado do Rio. O trabalho foi feito nos últimos três meses.

– A gente entende que ter esse zelo com a história da Folha é ter também com a história de Cabo Frio. Foram diversas transformações econômicas, políticas, territoriais. A Folha também sempre pautou as discussões, com debates, palestras, projetos de planejamento da alta temporada. É muito curioso ver como o jornal já nasceu muito maduro. As primeiras edições têm qualidade jornalística muito interessante. Você vai lendo as páginas, e percebe mesmo que era uma demanda da sociedade que houvesse um jornal que passasse para diário, e foi como muita ousadia que eu acredito que isso foi feito na época – finaliza.