A terceira temporada do Ambiente-se, programa da Inter TV, afiliada Globo em 50 cidades do Estado do Rio de Janeiro, estreia neste sábado (17) com a história inspiradora das baleias no litoral brasileiro. Baseado em"Histórias do Arraial e a fábrica da baleia", livro de Leandro Miranda lançado pela Sophia Editora, o episódio vai ao ar às 14h40 deste sábado (24) e fica disponível no Globoplay. A reportagem mostra como a cidade de Arraial do Cabo passou de um polo de caça às baleias para um dos principais destinos de avistamento dos mamíferos marinhos no Brasil, revelando imagens e depoimentos marcantes de quem viveu as duas faces dessa história.

Os jornalistas Flávio Flarys e Tomás Baggio, apresentadores do Ambiente-se, destacam que a terceira temporada vai abordar temas curiosos e inspiradores, sempre com boas histórias e um foco humanizado nos personagens. 

"O Estado do Rio de Janeiro abriga tesouros ambientais únicos. Arraial do Cabo é um exemplo claro de como a mudança de mentalidade pode gerar resultados positivos para a comunidade e para o meio ambiente", afirma Tomás Baggio.

A equipe de reportagem foi até o local onde ficava a Tayo, antiga fábrica de beneficiamento de carne de baleia que funcionava na cidade, e conversou com ex-funcionários que atuavam diretamente na caça. Os apresentadores também embarcaram em uma expedição de avistamento das baleias no mar, lembrando que, após a proibição da matança, a população de baleias no litoral brasileiro aumentou nas últimas décadas.  

"Esse episódio nos ensina que é possível reconstruir nosso relacionamento com a natureza, transformando um passado de exploração em um futuro de preservação. Ficamos muito felizes com o resultado da edição", completa Flávio Flarys.

Uma nova relação com a natureza

Arraial do Cabo é uma cidade conhecida pelas águas cristalinas e pela abundante vida marinha. Mas pouca gente conhece o passado marcado pela caça às baleias, especialmente na década de 1960. A história, narrada pelos próprios moradores, revela um período em que a sobrevivência prevalecia sobre a consciência ambiental. A carne de baleia era vista como uma solução para a crise alimentar no Brasil após a Segunda Guerra Mundial, o que impulsionou a indústria de caça na região..

“Na época isso era normal, porque não tinha essa exigência que tem hoje”, relembra o marinheiro aposentado Ademar Victorino, que trabalhou na Tayo conduzindo embarcações durante a caça das baleias.

O programa mostra a mudança de mentalidade ao longo do tempo, com a crescente conscientização sobre a preservação dos oceanos e a luta pela proteção das baleias. Em 1987, a Comissão Internacional Baleeira decretou a proibição definitiva da caça comercial, marcando o início de um novo capítulo para os mamíferos marinhos no litoral brasileiro.

“Minha família não concordava muito com a caça, contava histórias horríveis, mas era o que tinha para sobreviver”, conta o engenheiro ambiental Maycon Victorino, sobrinho-neto de Ademar, dono de uma empresa de turismo que realiza o avistamento das baleias no mar.

O programa demonstra como a proibição da caça resultou em uma nova lógica de desenvolvimento sustentável baseado no turismo. Atualmente, Arraial do Cabo se tornou um dos principais destinos para avistamento de baleias-jubarte no Brasil, atraindo visitantes de todo o mundo.

"Elas quase chegaram à extinção. Estamos falando de uma população que chegou a 700 ou 800 indivíduos no período da caça, e que hoje é estimada em cerca de 30 mil no litoral brasileiro", explica a bióloga Samara Valle.

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Ambiente-se | 3ª temporada
Estreia: Sábado, 17 de agosto - 14h40
Inter TV | Globoplay