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Coluna

SAF, sim, SAFadeza, não

10 fevereiro 2023 - 15h00

O carnaval ainda vai começar, mas o futebol brasileiro já dança conforme a música da SAF (Sociedade Anônima de Futebol). Um modelo legal, amparado pela lei 14.193/2021, que permite aos clubes se transformarem em empresas. Na prática, o clube passa de uma entidade sem fins lucrativos para outra, cuja principal atividade é a prática do futebol em competições profissionais.
Inicialmente o torcedor agradeceu a mudança. Afinal, estar atolado em dívidas no futebol tupiniquim é uma realidade que desembarca nos gramados. Com a venda dos clubes, o dinheiro entra. E em questão de meses ouviríamos aquele slogan “seus problemas acabaram!”. Não acabaram. No futebol os problemas apenas estreiam novos uniformes.
Taí o Grupo City (City Football Group), uma holding com sede na cidade de Manchester, Reino Unido, fundada por um sheik dos Emirados Árabes Unidos. No Brasil eles compraram o tradicional Esporte Clube Bahia. O tricolor de aço, que há anos sequer consegue se manter firme na primeira divisão.
O Grupo City vai investir uma grana no Bahia. Assim como já investe em clubes na Austrália, Japão, Uruguai, EUA, Itália. O problema sempre será a relação de hierarquia estabelecida entre todos esses e o poderoso Manchester City, a menina dos olhos da holding.
Esta semana, na Inglaterra, a primeira bomba já estourou no gramado do Etihad Stadium. A Premier League acusa o Manchester City de violar as regras do Fair Play financeiro. A investigação já teve início.
No Brasil tivemos, recentemente, o exemplo do Botafogo. Noventa por cento das ações da SAF do Glorioso foram vendidas para a Eagle Football Holding, do estadunidense John Textor. A estrela solitária vai receber um aporte de cerca de R$ 400 milhões, no total, ao longo dos anos. O torcedor já aposta que os títulos voltarão para General Severiano.
Esta semana, no entanto, uma pulga saltou atrás das orelhas alvinegras. O atacante Jeffinho, que vinha em alta, foi transferido, por empréstimo, para o Lyon, da França. Mais dinheiro para o Botafogo, e uma fatia do bolo para o Resende-RJ, clube formador do jogador.
Tudo bem? Talvez. Textor só aparece sorrindo. O Resende tem parceria com o Lyon, que, assim como Botafogo, Cristal Palace e outros clubes pelo mundo pertencem à Eagle Football. Quer dizer que todo jovem promissor que aparecer por aqui vai para lá com mais facilidade? Veremos.
Pulgas à parte, espero que a SAF não vire SAFadeza no baile de carnaval do nosso futebol.