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Coluna

Passe livre é fundamental ao acesso à educação

17 fevereiro 2023 - 10h00

Em 2013 o Brasil possuía a sétima maior economia do mundo. Mesmo nessa posição, o país vivia uma grande dificuldade de entregar serviços básicos à população. Foi nesse ano que se deu início às jornadas que viriam a definir os rumos da República. 
O caráter das jornadas daquele ano é tema de debates em círculos políticos, acadêmicos e nas redes sociais e imprensa. Fato é que o fator determinante para as primeiras movimentações foi o aumento da passagem do transporte público. Iniciou-se um processo de reivindicações populares por melhor acesso à educação e ao trabalho através da demanda por passe livre nos ônibus e metrôs.
O monopólio do transporte público faz as lutas pelo passe livre seguirem atuais e pujantes em Cabo Frio. Em meio a crise que abate todo o Brasil, particularmente agudizada no estado do Rio de Janeiro, diversos problemas se agravam na integração do território. São constantes as extinções de linhas fundamentais para integração do sistema de ensino e dos trabalhadores da cidade junto a seus postos de trabalho. O acesso da população a bens de interesse público é particularmente prejudicado pelo constante reajuste de preço das passagens. Um agravante do caráter monopolista do sistema de transporte é a relevância que as recentes demissões preteridas pela Salineira gera na dinâmica social e econômica na região. 
Frente ao frequente corte de bolsas, verbas, programas de incentivo à permanência estudantil e da desvalorização do salário mínimo, as reivindicações estudantis avançam. Uma quantidade expressiva da evasão escolar se motiva, historicamente, pela dificuldade que muitos alunos, dentre eles uma grande quantidade de trabalhadores e trabalhadoras, enfrentam ao pagar o valor elevado do transporte público. 
Nas últimas semanas as lutas por passe livre viram um capítulo vitorioso de sua história na cidade. Estudantes do IFF, em Cabo Frio, e do IFRJ, em Arraial do Cabo, as instituições responsáveis por oferecer ensino público e de qualidade em nível superior na Região dos Lagos, organizados no DCE Dona Rosa Geralda, União Cabofriense dos Estudantes e movimento Correnteza avançaram as negociações junto à Câmara dos Vereadores e à Prefeitura Municipal de Cabo Frio em busca da garantia de passe livre aos estudantes de nível superior dessas instituições. 
A inclusão de estudantes de baixa renda das instituições privadas, que são a grande maioria da nossa região, no debate sobre o passe livre e a inclusão no sistema regional de transporte público, mesmo com a pressão das entidades organizadas, parece ser de pouca importância para a prefeitura e parlamentares.
Se vivemos numa nação rica, não deve ser visto como um problema a vontade de tantos continuarem e concluírem seus estudos. Facilitar esse processo e entregar os meios necessários para que seu povo consiga se educar é um dever dos governos municipal, estadual e federal. 
Seguimos acompanhando as lutas por esse direito que faz falta aos mais pobres e carentes e que a tanto tempo se arrasta nas gavetas dos gestores da nossa região. Se esse direito é negado, a pressão social e popular organizada é necessária e inevitável.