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Coluna

O que é conforto pra você?

16 abril 2022 - 12h51

Tenho certeza de que você já ouviu falar sobre a “Zona de Conforto”. Mas para você, o que é estar confortável? Com essa pergunta eu logo penso em um daqueles sofás enormes, cheio de almofadas, ar-condicionado, um café gostoso e Netflix rolando na TV.

O que é confortável pra mim pode não ser confortável pra você e vice-versa. Cada um tem a sua própria zona de conforto, que é criada ao longo da nossa vida.

A zona de conforto é aquele lugar conhecido, nós sabemos como começa e como termina. Não temos surpresas no caminho, não precisamos prever riscos ou nos arriscar. Ela é daquele jeito, seja ela boa ou ruim. Mas como a palavra conforto pode estar ligada a algo ruim?

Alguns hábitos, como fumar ou gastar muitas horas em redes sociais, por exemplo, são hábitos não-saudáveis, e todos concordamos com isso. Então vamos criar aqui um personagem que tem como hábito acordar e já começar a deslizar os dedos pelo celular por pelo menos meia hora e depois se arrumar para o trabalho. Aquilo ali é a zona de conforto dele.

Mas e se um dia ele decide acordar mais cedo, levantar-se imediatamente, tomar um café, colocar uma roupa, ir pra academia e manter o celular desligado pelas primeiras duas horas do dia? O que você acha que vai acontecer com ele nessa mudança? No mínimo um frio na barriga! Afinal, ele estará saindo da sua zona de conforto, criando uma nova rotina onde nada é familiar.

Da mesma forma, temos uma zona de conforto em relação ao nosso dinheiro. A forma como gastamos, como poupamos ou como usamos o cartão de crédito, por exemplo. Tudo isso são hábitos que criamos ao longo de anos e que fazem parte de quem somos.

Na coluna passada, falei sobre as funções do dinheiro. Vamos relembrar? A primeira e a segunda função são respectivamente pagar nossas contas e nos proporcionar qualidade de vida. São elas que definem a nossa zona de conforto em relação ao dinheiro. Se a gente pegar o valor desses gastos dos últimos três meses e fazer uma média, chegaremos no nosso padrão de consumo. O que precisamos é reconhecer esse nosso padrão, reconhecer essa nossa zona de conforto. Identificar se ela está saudável ou não. Analisar com calma o que irá continuar e o que precisa ser cortado para tornar nossa vida financeira melhor. Para isso é necessário coragem para o primeiro passo. Pode ser doloroso, mas também pode ser uma excelente jornada de autoconhecimento. Nesse momento você também precisará se comprometer a abandonar os hábitos não saudáveis, resistir à tentação para não voltar para aquele lugar conhecido e se escolher todos os dias.

A zona de conforto nos dá uma falsa sensação de segurança, estabilidade. Há quem diga que estabilidade não existe, e eu concordo com isso. De uma hora para outra tudo pode mudar. A única coisa que pode nos dar a mínima sensação de segurança é saber que temos algo ou alguém que irá nos dar suporte no caso de as coisas saírem dos trilhos. Em finanças, chamamos essa segurança de reserva. Montar a sua reserva significa você ter guardado um dinheiro que vai garantir que o seu padrão de vida não será prejudicado. Um valor mínimo para sua reserva é de três vezes o valor da média dos seus gastos fixos e dos gastos não-obrigatórios. É aquela média que citei anteriormente.

Lembre-se sempre, hábitos são criados aos poucos, com constância e paciência. Pense em alguém que não tenha o costume da leitura. Essa pessoa não irá conseguir ler 50 páginas em um dia, mas cinco páginas fazem mais sentido, né? Não queira mudar tudo do dia para a noite, tenha cuidado, pois isso pode te trazer frustração. Quando receber, guarde o que conseguir guardar, seja R$ 10 ou R$ 10 mil. Crie esse hábito e torne isso uma prioridade até que chegue ao valor desejado.

Sair da zona de conforto conhecida e se colocar em movimento para buscar o conforto no melhor sentido da palavra é a missão que coloco para você este mês. Te desejo coragem para assumir esse compromisso, garanto que vale a pena!

*Marcelle Ponté é consultora empresarial.