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Coluna

Fernando Coragem Diniz

12 outubro 2023 - 13h00

O melhor time no futebol é o que faz mais gols, porque quem faz mais gols vence? Ou é quem leva menos gols, porque quem leva menos gols não perde?

Para o torcedor, o melhor é quem levanta a taça. Para o investidor, o melhor é quem ganha as premiações em dinheiro. Para mim, O melhor time é aquele que arrisca. Que tem coragem de tentar algo diferente, com beleza, alegria, categoria. E é, por isso, que tem valido a pena assistir aos jogos do Fluminense sob o comando de Fernando Diniz.

O técnico tricolor e também interino da seleção brasileira, não deve ser colocado acima das críticas, nesse caso, além do bem e do mal. O que me chama a atenção nele é que hoje, no futebol tupiniquim, é um excelente exemplo de como anda a carruagem do futebol moderno.

Os maiores clubes do mundo Europa a fora, não estão mais em busca de craques milagrosos, de gênios inexplicáveis. A era do herói que sozinho dribla todo time adversário e marca o gol do título, que nas manchetes de jornal ele ganha sozinho, acabou.

Quem tem mais valor agora são os craques que jogam para o time. Que recompõe ajudando a marcação. Capazes, às vezes, de desempenhar mais de uma função tática de acordo com a necessidade, em uma única partida. O craque que potencializa o grupo. Que encoraja todos a irem um pouco, junto com ele. Um craque capaz de entender e pensar e jogo.

No futebol moderno, o time depende do time inteiro para vencer. E o adversário, que pode até ser inferior, mas jamais voltará a ser ingênuo, também joga. Também tem suas jogadas. Seus artifícios, seus truques.

Fernando Diniz chegou agora à Final da Copa Libertadores da América. Precisará levantar a taça para os torcedores confiarem nele enquanto comandante da seleção. Precisará ganhar o cheque gordo que os patrocinadores da competição oferecem para que investidores e empresários lhe deem crédito. Mas, no meu caso, ele já arriscou o bastante para que eu diga que é merecedor da alcunha de treinador definitivo da seleção.

Esse é um técnico, há outros, sem dúvida, que prefere arriscar. Prefere a jogada, a tabela, a triangulação, a construção da jogada. Prefere, portanto, apostar na ideia de que quem faz mais gols vence. É simples, você prefere assistir ao time que vence fazendo mais gols ou a outro que vence também, porém levando menos gols?

Se Diniz comandar o Fluminense ao seu inédito título continental e a CBF ainda tiver um pingo de vergonha na cara, não há motivo porque demiti-lo ao fim do estágio probatório.

De minha parte eu aviso outra vez, o melhor time é quem arrisca fazer diferente. É quem tem coragem de jogar bonito.

 

Rafael Alvarenga

Cabo Frio, 05 de outubro de 2023