Turismo de Cabo Frio retomou atividades na quarta-feira (15) - Crédito: Thiago Freitas

Após quatro meses de fechamento, o setor hoteleiro de Cabo Frio se dedica a um duro e difícil recomeço. Os dias de frio desde o início da retomada do Turismo, na última quarta-feira (15), não colaboraram, mas para o presidente da Associação de Hotéis (ACF), Carlos Cunha, serviram como teste para a adoção das novas medidas de segurança sanitárias, obrigatórias por decreto municipal. Com a melhora no clima e os estabelecimentos mais adaptados à nova realidade, Cunha acredita que os meios de hospedagem podem ter a lotação máxima permitida, atualmente restrita a 40%, já a partir dos próximos dias.

– Reabrimos tem dois dias, nem todos os hotéis reabriram. Uns abriram hoje, outros vão abrir em agosto. Em setembro, a maioria já estará reaberta, porque em setembro, a gente começa o ano de 2020. Ele começou, mas acabou em março. Tivemos pouquíssimo movimento nos dois primeiros dias, até porque a temperatura estava muito baixa, mas serviu para saber o que deu certo e o que deu errado, fazer testes, pra gente ver o que funciona e o que não funciona do novo protocolo que adotamos, fazer ajustes e agora sim, estamos prontos e com segurança para atender a partir de hoje [sexta-feira], o sol saiu, então a gente espera tentar chegar próximo aos 40% que estão permitidos – disse.

Em meio ao processo de flexibilização gradual, a associação protocolou um pedido junto à Prefeitura para que permita a entrada de ônibus de excursão, uma vez que apenas carros de passeio com turistas têm a entrada liberada nesta primeira etapa de retomada das atividades turísticas. Os donos de hotéis pedem ainda a liberação das piscinas dos estabelecimentos.

 O Gabinete de Crise montado pela Prefeitura ficou de analisar nos próximos dias o pedido feito pela ACF, mas Carlos Cunha argumenta que o movimento na rodoviária da cidade está normal, com chegada de ônibus intermunicipais e interestaduais. Além disso, o presidente da entidade alega que as agências de viagem trabalham com roteiro pré-organizado, fazem medição antes de embarcar e seguem isolamento dentro dos ônibus.

– Tem que ficar claro que não é qualquer ônibus de excursão, não. São ônibus de agências, que seguem protocolo de segurança, que vêm para Cabo Frio para se hospedar exclusivamente nos hotéis, que também seguem protocolo de segurança. Então estamos trabalhando tudo dentro da maior responsabilidade possível para evitar trazer pessoas infectadas ou que propaguem o vírus na nossa cidade – comentou.

Quanto à liberação das piscinas, os hoteleiros pedem que tenha efeito imediato.

– As piscinas dos hotéis são feitas para atender o hotel inteiro. Nós estamos apenas com 40% de ocupação. Além disso, as mesas e cadeiras dos decks já atendem o requisito dos dois metros de distância. Então, a questão do distanciamento social já está contemplada. Além disso, dentro da água não tem problema, até porque ela é tratada com cloro e produtos químicos, o que elimina qualquer tipo de vírus. Esse pedido, sim, a gente está fazendo de caráter imediato, lembrando que as piscinas são a única opção de lazer, com as praias fechadas. O turista não vai sair de seu apartamento, ou da sua casa, para ficar confinado num quatro de hotel – argumenta Carlos Cunha.