Aos 33 anos e no primeiro mandato legislativo, o vereador de Arraial do Cabo Willian Luz (PT) faz barulho em quase quatro meses de mandato. Ele está no lugar de Ayron Freixo, atualmente secretário de Assistência Social. Nesse bate-papo, o jovem parlamentar fala dos projetos e da polêmica sobre a CPI que preside e investiga o serviço de água e esgoto na cidade.
Folha dos Lagos – Qual o balanço do tempo que está na Câmara?
Willian Luz – A gente entrou com a intenção de botar a vida do povo de Arraial do Cabo na pauta da política, que hoje é infelizmente pautada na política tradicional. São os interesses individuais e não os interesses coletivos. Quando entramos, protocolamos logo duas comissões: uma parlamentar de inquérito, com o objetivo de investigar a Prolagos, sobre o termo aditivo número 5, do esgoto, que ela passou a atender desde 2016; e uma comissão de assuntos relevantes, que a gente protocolou para acompanhar a CPI da Enel e da Light que está instaurada pela Alerj.
Folha – A CPI da água e esgoto está parada. Por quê?
Willian – Fomos pegos de surpresa quando a Justiça entrou com uma liminar para suspender a atuação. Pela Câmara, a gente está tentando derrubar para voltar a discussão. Respeitamos todos os parâmetros legais, para termos uma CPI de verdade. Passamos o recesso de julho trabalhando. Fizemos a audiência pública no meio do recesso com uma participação popular incrível. Para a gente solucionar os problemas, temos que botar os setores para conversar. Esperamos que a Justiça se sensibilize para que a gente possa apresentar o relatório final e alguma solução concreta que melhore a vida do povo.
Folha – Como é estar na liderança do governo na Câmara?
Willian – Acho que a gente não tem opção. Política é feita de lados. Ficar em cima do muro é o pior lugar porque é onde a pedra passa primeiro. Sempre fui da base do governo. Então nada mais natural do que cobrar do prefeito ferramentas para que a gente possa mostrar para a população que o governo tem o objetivo de melhorar a vida dela, mesmo com as falhas. Ser base não é concordar com tudo. A gente tem que ter espaço para criticar. Prefiro criticar e construir internamente do que ficar criticando sem mostrar solução.
Folha – A ‘moeda social’ que vai apresentar é inspirada na de Maricá?
Willian – É um exemplo de um programa social que não é só ‘dar o peixe’. Ele também investe na economia local. O maior ganho é fazer a economia local girar. Quando a gente fala de mil pessoas recebendo R$ 100 por mês, a gente fala em injetar R$ 100 mil no comércio local da cidade. Essa é uma das grandes sacadas desse programa que a gente espera ver logo funcionando no comércio local e melhorando a vida do povo. Para quem ganha uma média de R$ 900, R$ 100 é 10% de uma receita que pode ajudar a comprar um remédio no fim do mês. É uma moeda que tem direcionamento, não pode ser gasta em qualquer coisa.