sexta, 19 de abril de 2024
sexta, 19 de abril de 2024
Cabo Frio
24°C
Park Lagos Super banner
Park Lagos beer fest
redução

Vereadores de Cabo Frio descartam redução salarial

Campanha virtual não sensibiliza parlamentares que acham que iniciativa não melhoraria atividade legislativa

29 agosto 2015 - 13h41
Vereadores de Cabo Frio descartam redução salarial

Rodrigo Branco

Nos últimos dias, ganhou impulso nas redes sociais uma campanha virtual que propõe a adoção de um ‘salário simbólico’ para os vereadores de Cabo Frio a partir do início do próximo mandato, em 2017, como forma de tirar a cidade da crise. No entanto, no que depender da intenção dos principais interessados, os próprios parlamentares, a ideia, de autoria desconhecida, mas que tem contado com bastante adesão, não deve sair do papel. O salário atual de um vereador é de R$ 9.970.

A campanha cabofriense vem na esteira de movimentos semelhantes promovidos em cidades do Sul do país e mesmo em municípios vizinhos como Araruama e Iguaba Grande. Com diferentes argumentos, mas unidos pela ideia de que um eventual corte nos vencimentos não ajudaria a melhorar a produção parlamentar, os vereadores ouvidos pela Folha não se animaram com a proposta. O vice-presidente da Casa, Vanderlei Bento (PSDB), por exemplo, a tachou de ‘hipócrita’.

– Você tem que lutar para que o político não roube, não deixe roubar e tenha um patrimônio compatível com o salário e, não, estimular a corrupção. Se o vereador recebe um salário mínimo, como ele vai fazer a campanha dele e gerenciar a sua vida? – indaga Vanderlei.

Defensor da ideia que políticos usem o sistema público de Saúde, Celso Campista (PSB) tem opinião diferente quanto a um eventual corte no salário.

– O que a população teria que fazer, com inteligência, é entender que o vereador ou qualquer pessoa que ganhe um bom salário, mas o gaste no município é bom para o próprio município. O que ele tem que se preocupar é com a corrupção – opina.

Em raro momento de concordância com os colegas em temas polêmicos, o líder da oposição Aquiles Barreto (SD) defende que a questão prioritária seria rever o duodécimo, quantia prevista no orçamento da Prefeitura – de 4 a 7% – para o funcionamento do Poder Legislativo.

– Só reduzir o salário do vereador não vai impactar nada nas despesas municipais. O que tem que ser discutido são os repasses para as Câmaras Municipais em todo Brasil. Eu também abri mão de muita coisa para ser vereador e é claro que a gente tem que ter um salário para isso, senão não consigo manter minha família – argumenta Aquiles.

Único a admitir que o trabalho poderia não ser remunerado, Adriano Moreno (PP), que é médico, prefere enfatizar a responsabilidade do cargo.

– Isso (salário) é insignificante num universo de problemas graves. A gente precisa é fazer que as nossas leis sejam cumpridas e a fiscalização seja intensa.

Valendo-se da Constituição, que atrela salários dos vereadores aos de deputados, Luís Geraldo (PPS) critica a iniciativa.

– O que me incomoda é esse direcionamento de que somos nós que sempre estamos atrapalhando. Se querem mudar, tem que vir de cima para baixo – diz.