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BÚZIOS

TCE aprova contas de André Granado e Henrique Gomes em 2018

Parecer tem 25 ressalvas e também será votado na Câmara Municipal

15 janeiro 2020 - 20h58Por Tomás Baggio

As contas do prefeito de Búzios, André Granado, e do vice-prefeito, Henrique Gomes, referentes ao ano de 2018 foram aprovadas ontem pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Na votação, a relatora, Andrea Siqueira, enumerou 25 ressalvas, mas defendeu a aprovação do documento.

Após a aprovação, o documento segue para a Câmara Municipal, onde terá que ser analisado e votado pelos vereadores. A rejeição de contas na Câmara pode gerar até oito anos de inelegibilidade aos gestores públicos.

As contas de 2018 estiveram sobre a responsabilidade do prefeito e do vice em virtude das sucessivas trocas de comando no Executivo Municipal, que começaram em 2018 e seguiram pelo ano passado, após seguidas decisões judiciais de afastamento e retorno do prefeito ao cargo.

André Granado retornou ao cargo de prefeito no último dia 13 de novembro, após dez afastamentos e consequentes entradas do vice, Henrique Gomes, no comando do Executivo.  

As sucessivas trocas no comando da Prefeitura durante o ano evidenciaram o racha entre o prefeito e o vice. A cada mudança no comando, grande parte do secretariado e do funcionalismo em geral era trocado. A cidade paralisou. Perguntado em entrevista no dia 5 de dezembro se considera Henrique Gomes como um adversário político, Granado afirmou que não, mas aproveitou para alfinetar o vice.

– Não sou adversário, até porque não sou candidato a nada. Considero ele uma pessoa que poderia ter sido o sucessor, se tivesse mais sabedoria, mais maturidade e aguardasse o tempo. Infelizmente, isso não ocorreu, e distanciou a possibilidade de tê-lo como o nome do nosso governo para a sucessão – afirmou André, completando:

– O vice-prefeito é eleito junto com o prefeito. Ele tem um compromisso com a população. Passei isso para ele no meu primeiro afastamento. Quando voltei (ao comando da Prefeitura), o convidei várias vezes para vir aqui na Prefeitura, mas ele se recusou. Tivemos um encontro fora da Prefeitura, no hotel Colonna Park. Buscamos o entendimento e, logo em seguida, a gente se surpreendeu com a abertura de um processo contra mim por parte dele, e aí veio outro afastamento. Ou seja, existe uma dificuldade (de relacionamento) que poderá ser superada dependendo do interesse do vice-prefeito de voltar a dialogar. Temos o compromisso com a população firmado nas eleições de 2016 – acrescentou Granado.

Sobre o juiz da Comarca de Búzios, Raphael Badinni, que André disse se achar perseguido em entrevistas anteriores por causa das ordens de afastamento, o prefeito, desta vez, preferiu não polemizar. Disse que o juiz “tem o direito e a obrigação de dar a decisão dele, e eu tenho o direito e a obrigação de recorrer”.

– O que eu questiono é o fato de um dos meus afastamentos ter sido por causa de uma perda de prazo processual. Quer dizer, você perde um prazo e cassa o mandato de um prefeito eleito pela população? Isso deveria ser questionado, debatido. É uma decisão muito grave para ser tomada por causa de uma perda de prazo. Mas eu não quero dizer que me sinto injustiçado, é uma palavra muito forte. O juiz tem o direito e a obrigação de dar a decisão dele, e eu tenho o direito e a obrigação de recorrer – afirmou, sem garantir que conseguirá seguir no cargo até o fim do mandato.

– Todo prefeito está sujeito a uma decisão de afastamento a qualquer momento.