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Câmara

Sessão da Câmara é marcada por protestos

Após as eleições, audiência questiona faltas de vereadores e caos administrativo de Cabo Frio

04 outubro 2016 - 19h59
Sessão da Câmara é marcada por protestos

No Carnaval das eleições de 2016, a sessão de ontem da Câmara de Cabo Frio selou a terça-feira de cinzas com a falta de quórum. O desfile das campeãs apresentou apenas os vereadores Luiz Geraldo (PRB), Jeferson Vidal (PSC), Vanderlei Bento (PSDB), Rodolfo de Rui (SD); com os não reeleitos Adriano Moreno (Rede), Fred (PDT) e Braz (PMDB). A plateia esteve animada e não perdoou nem os faltosos nem quem não marcará presença na Casa no ano que vem.


O maior alvo das críticas foi justamente o presidente da Câmara e filho do prefeito Alair Corrêa (PP), Marcello Corrêa (PP), que faltou sem justificativa. O coro de “o papai não votou”, em alusão a uma foto que circulava pelas redes sociais com a prova da abstenção de Alair, foi entoado diversas vezes. Outra música bastante cantada foi “não, não, não, não, não vai haver reeleição”, direcionada aos dez vereadores não reeleitos.


O vereador Vanderlei Bento (PSDB) percebeu a ânsia por mudança da população.
– O povo deu o recado nas urnas pela mudança do modelo político. Nós temos, agora, a oportunidade da transformação e de resgate da credibilidade do Legislativo – afirma.


Já o vereador não reeleito Fred também vê um clima de insatisfação.
– Minha coligação teve três partidos e somente um candidato teve a votação mais expressiva. Não conseguimos atingir o quociente eleitoral. Mas a insatisfação com a política também ajudou. Além disso, fizemos uma campanha limpa, sem compra de votos, o que é importante destacar – analisa.
A servidora Jane Carvalho, 44, não se surpreendeu nem um pouco com a ressaca eleitoral.


– Isso não é desde hoje (ontem). Isso é desde sempre. Toda terça e quinta é a mesma história. A única vez em que me lembro de todos estarem presentes foi na votação das contas de Marquinho Mendes. Mesmo assim, foi uma votação a portas fechadas. Antes, eles estavam dentro da campanha e não poderiam vir. Agora qual é a desculpa? Já fomos até no Ministério Público denunciar a falta de trabalho deles – dispara.


A servidora Denize Alvarenga, 48, também estava inconformada e pediu mais transparência no Legislativo.
– É uma situação vergonhosa. Mais uma vez vimos a falta de compromisso dos vereadores eleitos para o mandato que só termina em dezembro. Simplesmente, eles ignoram o dever e não comparecem ao serviço. Queria ter acesso ao contracheque e verificar se são descontados pela falta de trabalho. A sociedade precisa ter acesso a essa informação. Portal da Transparência não é só para o Executivo: o Legislativo também deve nos dar acesso à folha de pagamento e contracheque desses senhores.


Um dos poucos vereadores a não serem perseguidos pelo público, Adriano Moreno está confiante em assumir o cargo de prefeito de Cabo Frio caso Marquinho Mendes tenha a candidatura indeferida. Em seu discurso na tribuna, Adriano aproveitou para agradecer aos votos e propôs um governo participativo.
– A campanha mostrou que as pessoas querem a verdadeira mudança na cidade. Hoje, se criou estabilidade política e econômica em Cabo Frio. Farei um governo do povo e para o povo. Os funcionários terão seus direitos respeitados. Acabou o coronelismo. Cabo Frio, agora, tem um novo prefeito e esse prefeito é doutor Adriano – disse ele, sem levar em conta o artigo 224 do Código Eleitoral, que prevê novas eleições em caso de impugnação de Marquinho Mendes.

*Confira a matéria completa na edição da Folha dos Lagos desta quarta-feira