Hoje completa uma semana que a contraproposta dos funcionários públicos municipais para o calendário salarial foi entregue à Prefeitura de Cabo Frio, mas desde então não houve avanços e a negociação está emperrada. A demora do governo em fazer uma nova oferta já causa impaciência entre os servidores e, nos bastidores, já foi levantada a possibilidade da volta das manifestações de rua, frequentes na gestão do ex-prefeito Alair Corrêa, caso não haja uma resposta rápida sobre o assunto.
Oficialmente, contudo, protestos como o fechamento de pontes ainda teriam que ser aprovados na assembleia unificada das categorias, marcada para amanhã. De qualquer forma, o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Cabo Frio (Sindicaf), Olney Vianna, disse estranhar a situação e cobrou uma resposta da secretaria de Governo, onde foi entregue a contraproposta dos servidores.
– Esperava que no dia seguinte a gente tivesse uma resposta. Era para a Secretaria de Governo ter se mexido de imediato para resolver a situação. Não é questão de impaciência, é de desespero. O pessoal está passando fome – disse Olney, que ontem tentou, sem sucesso, solucionar a questão na Prefeitura.
Enquanto o impasse não é resolvido, alguns setores, como a Guarda Municipal, passam por mudanças para atender à demanda da alta temporada. Segundo o delegado sindical Joel Pires Marques, foi fechado um acordo interno com a chefia para aumentar o contingente nos plantões de 30% (percentual previsto na lei de greve, já que a Guarda permanece aquartelada) para 50% do quadro funcional. O formato da escala continua 24 x 72 (um dia trabalhado para três de descanso). Sobre o estado de ânimo dos colegas, ele prefere não opinar.
– Isso é muito subjetivo, no momento em que nós ainda não passamos por uma assembleia – disse Joel.
A Associação dos Fiscais Municipais, idealizadora da contraproposta, se manifestou na última sexta-feira e não economizou farpas contra o governo. Em postagem no seu perfil do Facebook, a entidade disse que procurou três vezes o secretário de Administração, Deodoro Azevedo, mas como não conseguiu ser recebida, ‘entende que o governo não quer dialogar’.
Um servidor que pediu para não ser identificado deu o tom da insatisfação entre os colegas.
– Os servidores estão revoltados. Até agora não deram resposta de nada. Estão ganhando tempo – comentou.
Em nota enviada à reportagem, a Prefeitura de Cabo Frio informou que está acompanhando diariamente a receita municipal para averiguar a viabilidade da contraproposta enviada pelos servidores.