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Servidores da Saúde de Cabo Frio não recebem e governo 'estica' calendário

Educação dá de cara na porta na Fazenda, protesta de novo e faz campanha para arrecadar alimentos

14 janeiro 2020 - 20h34Por Rodrigo Branco
Servidores da Saúde de Cabo Frio não recebem e governo 'estica' calendário

O calendário de pagamento do salário de dezembro divulgado pela Prefeitura de Cabo Frio no começo do ano foi mais uma vez ignorado pelo governo. O pagamento dos funcionários efetivos da Saúde, previsto para esta terça-feira (14), não saiu até o fim do dia e, de acordo com nota da prefeitura enviada para a reportagem, depende da arrecadação municipal. A mesma previsão vale para o restante dos servidores, inclusive os contratados da Educação. 

Ainda segundo a prefeitura, para os efetivos da Educação que recebem pelo Fundeb, o salário deve sair somente nesta quinta-feira (16), após dois adiamentos (dia 8 e hoje). Sobre o décimo terceiro salário, não há perspectiva. A situação levou um grupo de professores e funcionários a protestar em frente à sede da Secretaria de Fazenda, na Rua Major Belegard. Ao tentar entrar para conversar com o secretário Clésio Guimarães, uma comissão foi impedida por guardas municipais. Uma mensagem colocada na porta do prédio dizia que a secretaria só voltaria a funcionar após o fim do protesto. 

Depois de uma hora e meia, os servidores fizeram mais uma passeata pelas ruas da cidade e foram até a sede da prefeitura, onde um grupo foi recebido pelo secretário de Governo, Miguel Alencar. Nos bastidores do governo, a expectativa é pagar os efetivos da Educação até sexta, dia 17 e os contratados, no dia 25. Já o décimo terceiro salário seria depositado até 10 de fevereiro. Contudo, oficialmente, o discurso é de que tudo depende da entrada de recursos nos cofres municipais.

Nesta quarta-feira (15), representantes dos sindicatos vão se reunir para definir quando vão entrar na Justiça para pedir o bloqueio judicial das contas da prefeitura para a quitação dos salários atrasados. O presidente do Sindicato dos funcionários da Saúde, Gelcimar Almeida, ainda mantinha a esperança de que o depósito para os efetivos do setor fosse feito ontem para cair hoje nas contas, mas afirmou que a incerteza no pagamento provoca indignação na categoria.

– Quando um calendário é divulgado, entende-se que é isso que se propõe a fazer. Quando o governo não paga na data marcada, isso provoca revolta nos servidores – disse Mazinho, como é conhecido. 

Matrículas em risco e campanha de arrecadação de alimentos  – Com a indefinição no pagamento dos salários, crescem nas redes sociais os relatos de dificuldades financeiras feitos por servidores, principalmente aqueles que recebem salários menores e dependem exclusivamente desse dinheiro para comprar comida e artigos de primeira necessidade.

Por causa disso, o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe Lagos) começou uma campanha para arrecadação de alimentos e artigos de higiene pessoal e limpeza. A central de coleta de doações funciona na sede do sindicato, que fica na Avenida Júlia Kubitschek, 16, sala 311, Centro (Edifício Premier Center). O sindicato também está fazendo o cadastro de servidores que precisam de doações pelos números (22) 2644-9898 ou (22) 2644-3781.

Além do impacto social que o atraso salarial provoca nas famílias de funcionários, há o prejuízo na vida escolar dos estudantes. Segundo um comunicado conjunto de diretores da rede municipal, hoje é o último dia para que o município pague o décimo terceiro salário. Caso isso não ocorra, 75 das 90 unidades municipais não vão abrir para efetivar as matrículas para o ano letivo de 2020 que para muitos alunos, sequer terminou em função das greves do ano passado.