Secretário Pillar, sobre as demissões: "Não tem 'sobra', estamos apenas redimensionando"
Conforme o secretário de Fazenda de Cabo Frio, Clésio Guimarães, havia adiantado à Folha em meados do mês passado, a prefeitura terá que cortar 20% do efetivo em duas de suas mais importantes secretarias: Educação e Saúde. Mas, se enquanto na primeira a quantidade de dispensados ainda está sendo fechada; na segunda, o número de vítimas da guilhotina já está certo. Ao todo, serão demitidos 300 servidores, entre médicos, profissionais de enfermagem e da área administrativa. Contudo, o titular da pasta, Roberto Pillar (foto), garante que o atendimento à população não será afetado. Atualmente, a secretaria tem 3.800 servidores, sendo 2.500 contratados e o restante efetivo.
– Fizemos um levantamento nos últimos três ou quatro meses dos atendimentos nos ambulatórios e verificamos que a oferta de consultas foi maior que a procura. No Jardim Esperança, por exemplo, de uma previsão de 5 mil, houve 3.500 consultas. Tem uma sobra e estamos remanejando isso. A procura não está tão grande, explica Pillar.
Apesar disso, o secretário nega que a pasta estivesse com funcionários de ‘sobra’. Na busca pelo equilíbrio nas contas, Pillar disse ainda que está cortando gastos com despesas correntes (água, luz, material de escritório), mas a luta principal é por aumentar o chamado ‘teto financeiro’, isto é, o valor que é ressarcido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por Cabo Frio ser cidade-polo em algumas especialidades. Ele alega que, por conta de má gestão no governo passado, o município recebe valores defasados de ‘teto’, fato que o obriga a investir a diferença em recursos próprios para pagar consultas e procedimentos.
– Perdemos, por mês, R$ 1,5 milhão devido à má gestão passada. Tenho brigado com o Governo Federal e com o Estado para aumentar esse teto financeiro. Cabo Frio é polo em alguns serviços. Para oncologia, recebíamos R$ 600 mil em 2012. Hoje, os gastos são de R$ 1,1 milhão, mas continuamos a receber R$ 600 mil – exemplifica.
Por determinação do prefeito Marquinho Mendes (PMDB), na Educação, o mantra também é enxugar gastos. No entanto, o número de dispensados na pasta ainda não foi definido. As aulas na rede municipal voltaram ontem, mas a secretaria se debruça sobre o planejamento para que nenhuma unidade tenha déficit de funcionários. A secretária Laura Barreto aposta na entrada dos aprovados do concurso de 2009 para não deixar a qualidade do ensino cair.
– Chegaram os concursados que assumiram suas turmas hoje (ontem). Estamos fazendo agora o enxugamento de outras séries. Está começando um outro trabalho. Estamos trabalhando para ver se nesse mês de agosto a gente consegue chegar a um denominador – acredita Laura.
De todo modo, a secretária disse que a folha já terá um alívio imediato. Isso porque os 1.500 professores que estavam contratados receberão apenas até o referente a 15 de julho, dia em que o vínculo temporário terminou. No entanto, vários desses profissionais continuarão a trabalhar na rede no segundo semestre letivo.