RODRIGO BRANCO
Vence nesta terça-feira (6) o prazo regimental para a análise e colocação em pauta por parte da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cabo Frio de requerimento apresentado na última quarta-feira pelo líder da oposição na Casa, vereador Aquiles Barreto (SD), em conjunto com Celso Campista (PSB), pedindo explicações da Prefeitura sobre um aditivo contratual de R$ 27 milhões a favor da empresa Córrego Rico Transporte e Construção Ltda., que aluga máquinas e equipamentos para a administração pública municipal.
O valor foi contestado pela Prefeitura e pelo próprio prefeito Alair Corrêa (PP), que, em postagem pelo Facebook, disse, apresentando a imagem de documento expedido pela secretaria municipal de Fazenda, que o montante pago a empresa pelos serviços prestados não passaria de R$ 9 milhões. No entanto, apesar da promessa de que uma retificação do valor inicialmente divulgado seria feita no jornal onde saem as publicações do Poder Executivo, isso não aconteceu até o fechamento desta edição.
Independentemente deste fato, a questão é que o plenário e os gabinetes da Câmara serão palco de mais um embate político no que diz respeito aos interesses do Governo e da oposição.
E a senha para a ‘queda de braço’ foi dada pelo vereador governista Vinícius Corrêa (PP), sobrinho de Alair, que, na última sessão, sugeriu que a análise das contas se estendesse aos oito anos da gestão anterior, de Marquinho Mendes (2005-2012), nos quais, segundo ele, houve fracionamento na abertura dos processos, manobra que é proibida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ).
– O vereador Vinicius fez uma sugestão de que esse requerimento se estenda ao governo anterior, para efeito de comparação. Vamos ver se a oposição aceita – disse o presidente da Casa, Marcello Corrêa (PP), filho do prefeito.
Por sua vez, Aquiles, que é ligado a Marquinho, não se fez de rogado e disparou contra a iniciativa do Governo.
– Quando vejo essa queda de braço, percebo que já começa a ter uns medos de apresentar os números. É por isso que eu acho que tentam remoer o passado, mas não o temo. Se quiserem colocar outro requerimento, que coloquem, eu não retiro este para colocar mais nenhum – rebateu o oposicionista.
Caso o compromisso da Mesa seja concretizado, o requerimento será colocado em votação no plenário, certamente depois de muitas articulações entre os vereadores, sobretudo os da base aliada. Há, no entanto, a possibilidade, prevista pelo artigo 28 do Regimento Interno, de que o documento não entre na pauta e vá direto para as comissões da Casa. Outra expectativa é pela atitude do vereador Adriano Moreno, de saída para Rede, que assumiu postura de criticar mais incisivamente as ações do Governo.