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Renatinho Vianna:

Prefeito critica gestão anterior e fala em planos para aumentar arrecadação

27 janeiro 2017 - 09h50Por Rodrigo Branco
Renatinho Vianna:

O desafio de assumir uma cidade turística como Arraial do Cabo, em plena alta temporada, tem trazido desafios adicionais a Renatinho Vianna (PRB). Às voltas com dívidas deixadas da administração anterior, o prefeito tenta colocar os serviços essenciais nos eixos, enquanto projeta melhoria na arrecadação e geração de empregos com a criação do Condomínio Industrial. Em entrevista, o cabista analisa o início do mandato, diz que obras não são prioridade e que o Carnaval não terá dinheiro público.
– Não podemos gastar um centavo sequer – argumenta.
Folha dos Lagos – Qual a situação financeira que você encontrou na Prefeitura?
Renatinho Vianna –
A situação está bem pior do que a gente imaginava. Tivemos uma dívida de quase R$ 2 milhões com a empresa que fazia a coleta de lixo, cujo contrato terminou apenas no dia 17. Pressionaram para que a gente pagasse, não tínhamos condição de pagar, por isso ficamos vulneráveis, mas graças a Deus esse período já terminou, já foi feita uma nova licitação e escolhida uma nova empresa. Além disso, tem a dívida de R$ 800 mil com o aterro sanitário Dois Arcos, que também nos pressionou obrigando-nos a chamá-los e compor. Além de outras dívidas, de secretarias que foram despejadas por falta de pagamento do aluguel. Essa semana, estourou outra bomba, que é uma dívida de R$ 800 mil com a Enel, que já chegou para cortar. Sentamos, o representante até teve boa vontade e ganhamos até 15 dias para tentar buscar uma solução depois que fechar a folha de pagamento, que é a prioridade. Outra armadilha que deixaram também é o concurso que empurraram com a barriga e só liberaram no apagar das luzes para tentar inviabilizar nossa administração. 
Folha – Está fazendo auditoria? De quanto é a dívida?
Renatinho –
Ficamos um bom tempo às escuras. A gente não tinha acesso aos saldos bancários, aos sistemas e às senhas. Já estamos realizando a auditoria, mas por etapas. Na inicial, a Procuradoria está levantando todos os processos suspeitos nas secretarias. Depois dessa triagem, estamos trabalhando para que a Fundação Getúlio Vargas esteja conosco para fazer uma avaliação mais minuciosa e dê um diagnóstico da situação. Vamos fazer uma prestação de contas da nossa administração com 60 ou 90 dias, mas só a partir desse diagnóstico da FGV é que vamos ter noção do rombo deixado para a gente.
Folha – Além dos cortes nos salários do alto escalão, quais medidas de contenção que estão sendo tomadas?
Renatinho –
Essa semana vou reduzir os salários dos comissionados em 20%. Teve a redução de secretarias. Vários cargos com as mesmas funções em secretarias diferentes, que existiam só para agraciar apadrinhados, foram extintos. Fizemos demissões. Decretamos emergência financeira-administrativa até para justificar algumas medidas emergenciais. 
Folha – O Carnaval deste ano terá dinheiro público?
Renatinho –
O município não vai poder gastar um centavo sequer. Não vamos proibir, como em Araruama, mas vamos exigir que seja feito pela iniciativa privada seguindo todas as regras de mobilidade e segurança.
Folha – Quais os planos para alavancar as receitas?
Renatinho –
O geoprocessamento foi um sistema que deixou muito a desejar. Esse não vai ser o início de ano que a gente pretendia em relação à arrecadação do IPTU, mas o secretário de Fazenda (Sérgio Fernandes) e sua equipe já estão bolando estratégias para alavancar não apenas o IPTU, mas o ISS também, inclusive das empresas de petróleo. A alíquota, que atualmente é de 2%, a gente quer passar para 5%, porque todas essas empresas que exploram Arraial têm que pagar ao município. Já decretamos a desapropriação de uma área para a criação do Condomínio Industrial, onde além de gerar emprego e renda, vai melhorar a arrecadação de ISS. É um pacote de medidas para que o município ande cada vez mais com as próprias pernas e não dependa dos royalties.
Folha – Qual será o destino de obras que estão em andamento, como o Teatro Municipal?
Renatinho –
Nossa prioridade é dar Saúde digna. Estamos conseguindo mudar a cara da Saúde de Arraial como a cara de toda a cidade. Na Educação, a cidade chegou ao vergonhoso Ideb de 3,2 e temos a meta de elevar e torná-la referência na região. No ordenamento, temos travado uma luta muito grande, até porque Arraial está recebendo muito mais gente esse ano. As obras, vamos botar em prática, mas a partir dos momento em que as coisas estiverem organizadas e as contas, saneadas. Nosso objetivo não é dar continuidade ao projeto do teatro, apesar de entender que cultura é importante. O Centro Cultural reformado atende a uma demanda muito boa. O cinema é mais um núcleo que pode ser adaptado. A intenção é transformar o teatro, inclusive o projeto já está adaptado, no centro administrativo de Arraial, que acomode todas as secretarias e uma agência bancária. No projeto, há um auditório para 192 pessoas. Isso vai resolver um problema da gestão passada que gastava com alugueis cerca de R$ 200 mil mensais. 

* Confira matéria completa na edição desta sexta-feira (27) da Folha dos Lagos.