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Religião na política: isso pode?

Religião na política: isso pode?

Crucifixo na Câmara de Cabo Frio e uso constante do nome de Deus geram polêmica

11 março 2016 - 10h54

“Em nome de Deus, encerro essa sessão”. Com essas palavras, o presidente da Câmara dos Vereadores, Marcello Corrêa (PP) encerrou as atividades legislativas bem embaixo de uma imagem de Jesus Cristo na sessão de ontem. O discurso remete a uma discussão de 1689, quando o filósofo inglês John Locke defendeu abertamente a separação entre Igreja e Estado em sua Carta sobre a Tolerância. A Folha procurou representantes de diferentes segmentos para falar sobre laicidade num país majoritariamente cristão. O advogado Carlos Magno de Carvalho afirmou que a presença de qualquer símbolo religioso é ilegal.

– Tribunais seguem essa tradição como símbolo da religião. Não poderia existir esse símbolo da Igreja Católica, porque o Estado laico traduz a multiplicidade religiosa. O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter, mandou retirar o crucifixo – concluiu.

A candomblecista Margareth Ferreira sente o dever de fazer uma denúncia no Ministério Público contra a Câmara.

– Os espaços são neutros. Quem é de outra religião, quando entra num espaço público com outros signos religiosos, se sente discriatriminado. O Estado não pode fazer isso. Nosso papel é ir ao Ministério Público exigir a retirada desse signo da Câmara – considerou.

*Leia matéria completa na edição impressa da Folha desta sexta-feira (11).