sexta, 29 de março de 2024
sexta, 29 de março de 2024
Cabo Frio
24°C
Alerj Superbanner
Alerj Reb banner
prefeito

Prefeito culpa Câmara pela situação da cidade; vereadores rebatem

Alair Corrêa acusou parlamentares de não aprovarem o empréstimo à Prefeitura

06 julho 2016 - 12h04Por Rodrigo Branco, Gabriel Tinoco

Com o agravamento da crise econômica de Cabo Frio, salvo algumas exceções, a relação entre o prefeito Alair Corrêa (PP) e o Poder Legislativo parece ter azedado de vez, depois de um período de harmonia que durou boa parte do mandato. 
A ponto do prefeito, em sua primeira postagem após as demissões feitas pela administração municipal, culpar parlamentares contrários ao empréstimo bancário de R$ 200 milhões pelos cortes, ainda que a mensagem do Executivo não tenha sequer sido levada ao plenário. 
Comparando a situação do município com a do Estado, Alair enalteceu os deputados estaduais que votaram a favor do socorro financeiro de R$ 6,5 bilhões dado pelo governo federal.
“Parabéns ao governador por ter tido legisladores conscientes que aprovaram o empréstimo e agora um Presidente da República preocupado e que faz essa doação ao Estado. Infelizmente, aqui em Cabo Frio parte dos legisladores por pura maldade e política, preferiram votar contra o nosso empréstimo”, postou o prefeito, que indiretamente acabou elogiando um adversário político, Janio Mendes, deputado estadual (PDT).
Como era de se esperar, a declaração não repercutiu bem entre os vereadores da oposição, alvo preferencial do prefeito. Para o líder do bloco, Aquiles Barreto (SD), a tática do governo é ‘terceirizar a culpa’. 
– Para ele, o problema agora são os vereadores de oposição. Antes, eram os sindicatos. Ele diz, de certa forma, que o empréstimo não resolve o problema da cidade. Vejamos o Estado: está falido mesmo depois de tantos bilhões emprestados. O que resolveria o problema de Cabo Frio é uma gestão pública eficiente e Alair Corrêa já mostrou não ser capaz disso – rebateu.
Na mesma linha, Jéferson Vidal (PSC) afirmou que o prefeito dá ouvido apenas aos aliados.
– Há crise financeira, mas não é só financeira. Também é administrativa, porque o governo é incompetente. Ele (Alair) provou que não sabe governar e não tem sensibilidade. Alair governa com o grupo, não governa com a cidade – afirma.
Lembrando que em votação  no ano passado, o empréstimo foi aprovado com facilidade (15 votos a um), o primeiro secretário da Casa, Eduardo Kita (PPS), hoje contrário à operação, afirma que hoje o cenário é diferente, uma vez que a negociação com o Banco do Brasil envolve a colocação de receitas próprias da cidade como garantia. Kita diz estar com a ‘consciência tranquila’.
– Cabe esclarecer que o primeiro projeto que autorizava o Executivo a contrair empréstimo de compensação, oriundo da emenda do senador Crivella, vinculado especificamente aos royaltes, com juros de 10% ao ano,  nós aprovamos no ano passado e sem problemas. Pois tínhamos segurança que não comprometeria o futuro da cidade – pondera Kita, que faz parte de um grupo com outros seis vereadores, também contrários ao polêmico artigo 4 do projeto.

*Confira matéria completa na edição desta quarta-feira da Folha dos Lagos.