Eleito em 2012 para o terceiro mandato consecutivo, era de se esperar que o vereador Luis Geraldo Simas (PPS) legislasse em território hostil, afinal foi líder do Governo nas duas gestões de Marquinho Mendes (PMDB), principal adversário do atual prefeito Alair Corrêa (PP). Não é o que ocorre. O dentista de 58 anos, presidente da Casa entre 2007 e 2008, possui bom trânsito em todas as correntes políticas. Na segunda entrevista da série ‘Na Tribuna’, o parlamentar revela não ter traquejo para o mundo político e rechaça as críticas de quem esperava oposição ferrenha, por ser irmão de Hélcio Azevedo, homem-forte da administração Marquinho.
Folha dos Lagos – Qual sua avaliação da atual legislatura?
Luis Geraldo – Eu estou aqui há três mandatos. Fui Líder do Governo por duas vezes, presidente da Casa e a gente sempre tem uma avaliação diferente de cada Câmara. Costumo ouvir as pessoas dizendo que a pior Câmara é sempre a próxima, mas tenho minhas divergências em cima disso. Às vezes aqui não há só intelectuais e pessoas de cultura elevada, mas tenho certeza de que todos têm uma sabedoria muito grande, porque saber e sabedoria são coisas diferentes. É uma Câmara que trabalha muito, mas não trabalhamos sozinhos.
Folha – A que se refere?
Luis Geraldo – Às vezes, somos muito questionados em cima de situações que acontecem ou não acontecem na cidade e a Câmara não tem autonomia ou o dever de realizar. A gente traz as demandas e as transforma em indicações, requerimentos e projetos de lei, como permitem o Regimento e a Lei Orgânica, e os envia ao Executivo, mas de muitos deles a gente não tem nem resposta. É essa situação que a gente precisa definir porque a legislatura caminhe de acordo com as matérias aprovadas aqui; sejam elas sancionadas ou vetadas. Precisamos que essas respostas sejam dadas.
Folha – Você disse que não é vereador de apresentar muitos projetos? Por quê?
Luis Geraldo – Convivi com vereadores com 30 anos de Câmara e as leis que funcionam na cidade dá para contar nos dedos de uma das mãos. Sempre duas são citadas: da fila do banco, do Gustavo Beranger e a do empacotamento, do Acyr Rocha, que todos sabem que não são cumpridas. Ninguém fala de outro projeto porque não é realizado. Isso faz com que o mandato do vereador pareça inócuo. No meu caso, vou sempre à tribuna, não fico omisso em relação a nada, porque é mais fácil ser atendido pelo Governo, e falo de todos, quando algo é pedido na tribuna e o povo está ouvindo, do que por uma indicação pura e simples que às vezes nem é lida.
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