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Marquinho

Marquinho vai a Brasília atrás de empréstimo

Prefeito tentará R$ 50 milhões junto à Caixa para quitar atrasados e pagar o 13º

08 agosto 2017 - 08h22Por Rodrigo Branco I foto: Arquivo Folha
Marquinho vai a Brasília atrás de empréstimo

 O prefeito de Cabo Frio, Marquinho Mendes (PMDB), vai encontrar-se hoje em Brasí­lia com o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, para tentar viabilizar um empréstimo bancário de R$ 50 milhões. Segundo Marquinho, o objetivo é saldar as pendências com o funcionalismo munici­pal e garantir o pagamento das folhas futuras, inclusive o do 13º salário. Ele condicionou o depósito da gratificação natali­na ao sucesso da operação.

– Uma das minhas preocu­pações é com a queda na arre­cadação. Vou a vários lugares, mas a prioridade é tentar con­seguir esse empréstimo. Com o dinheiro que havíamos separa­do, tivemos que pagar o abacaxi deixado pelo Alair. Mas, repito, vamos tentar, não sei se vamos conseguir – afirmou o prefeito.

Marquinho também comen­tou que ainda existem pendên­cias para que o município fique com o ‘nome limpo’. Questiona­do se não precisaria de uma au­torização da Câmara Municipal para obter o crédito, o prefeito foi lacônico.

– Primeiro, tenho que tentar saber se existe a viabilidade de conseguir o empréstimo. Não posso pedir autorização, se não houver possibilidade de contrai-lo. Vou usar minha prerrogativa de ex-deputado federal e de co­nhecer os corredores de Brasília para ver se consigo – disse Mar­quinho.

Curiosamente, o prefeito, quando ainda era deputado, se opôs à tentativa do ex-prefeito Alair Corrêa de, em 2016, con­seguir um empréstimo, só que de R$ 200 milhões. À época, a Justiça impediu a operação. Quando questionado em outras oportunidades sobre o assunto, Marquinho disse tratar-se de um ‘caso diferente’, uma vez que o dinheiro seria ‘apenas para pa­gar salários’ e ‘não no final do mandato’.

Quanto aos pagamentos de julho, Marquinho garantiu que serão pagos na quinta-feira, dia 10.

Insatisfação – Enquanto o ‘dinheiro salvador’ não chega, o funcionalismo municipal mostra insatisfação quanto aos atrasos salariais e à quebra de acordos referentes aos vencimentos atra­sados. O presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sind­Saúde), Gelcimar Almeida, es­teve ontem com o prefeito e os secretários de Administração; Deodoro Azevedo; e de Fazen­da, Clésio Guimarães. Ele ouviu do governo que não havia re­cursos suficientes para recebe­rem no quinto dia do mês, que foi ontem. Tampouco os 10% referentes aos atrasados (13º de 2015 e de 2016 e dezembro de 2016), conforme acordo firmado em junho. O sindicalista não es­condeu o desapontamento.

– A prefeitura mais uma vez descumpre um acordo assumi­do. Vou sentar com o Sindicaf (Sindicatos dos Funcionários Municipais) para ver o caminho que vamos traçar em relação a isso – disse Mazinho, como é conhecido.

Entre os aposentados, a an­gústia não é menor. Embora estejam com os benefícios des­te ano em dia, ainda aguardam uma solução sobre os atrasados. O 13º do ano passado ainda está em aberto.

– Estivemos com o prefeito no último dia 24 e ele nos disse que não tinha dinheiro para nos pagar. Estamos ‘satisfeitas’, en­tre aspas, porque pagam dentro do próprio mês, mas o que ficou para trás, ele não cumpriu. O mais triste é que falaram várias veses que pagariam com o FPM. Entrou e não pagaram –lamenta a presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Ibascaf, Neide Estellita.

Por outro lado, a diretora do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe), Denise Tei­xeira, confirmou que os funcio­nários da rede de ensino recebe­ram no último sábado, ainda que ‘com alguns erros’. Contudo, a sindicalista argumenta que a ca­tegoria ainda espera pelo paga­mento do auxílio-doença e pela diferença da equiparação sala­rial entre os professores contra­tados até 15 de julho e os con­cursados.

– Marquinho disse numa reu­nião com a gente que pagariam ao término do contrato, dia 16. Não aceitamos, mas assim foi feito. Disseram que pagariam os outros 50% em folha suple­mentar, mas isso ainda não foi solucionado – comentou a sin­dicalista.

Em nota, a prefeitura confirmou que o pagamento ao funcionalismo ficará mesmo para o dia 10. Segundo a administração municipal, o adiamento "se faz necessário em virtude da necessidade de continuar pagando salários deixados em atraso pelo governo anterior, o que vem sufocando as contas do município em um período de diminuição na arrecadação".

Veja abaixo, na íntegra, o posicionamento do governo.

A Prefeitura informa que o pagamento do mês de julho dos servidores está previsto para ser finalizado até o dia 10 de agosto, de acordo com a programação de entrada de recursos no caixa municipal. O adiamento se faz necessário em virtude da necessidade de continuar pagando salários deixados em atraso pelo governo anterior, o que vem sufocando as contas do município em um período de diminuição na arrecadação. A Prefeitura reitera que todas as reservas financeiras disponíveis desde o início do ano foram utilizadas para amortizar a dívida deixada, e que vem trabalhando com muita determinação para regularizar os pagamentos do ano passado e pagar, no menor prazo possível, os proventos atuais.

Desde o início do atual governo, todos os recursos disponíveis no caixa municipal estão sendo utilizados para pagamento dos servidores e manutenção dos serviços essenciais. Prova disso é que, na virada do ano, hospitais estavam fechados, os alunos da rede municipal não haviam concluído o ano letivo e a cidade estava tomada de lixo. Com muito esforço, todos esses problemas foram solucionados, e mesmo com dificuldades financeiras, a cidade saiu do caos. O respeito aos servidores públicos fica evidente com a utilização da maior parte dos recursos arrecadados no pagamento dos salários atuais e dos salários do ano passado. No entanto, devido à grave situação deixada, os esforços realizados ainda não foram suficientes para resolver todos os problemas do passado.

O compromisso do governo municipal é seguir trabalhando de forma incansável até que esta página seja totalmente virada em nossa cidade.