O deputado federal Marquinho Mendes (PMDB-RJ) condenou, na tarde de ontem, a briga entre os parlamentares na Câmara dos Deputados, no dia anterior, durante votação sobre a Comissão do Impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Entre cabeçadas, urnas quebradas e mordidas, Marquinho classificou a atitude como “arbitrária”. O STF suspendeu o processo de impeachment até a próxima quarta.
– Estou chocado e muito decepcionado. Ninguém ali pensa em salvar o país, só em salvar o Eduardo ou a Dilma. Tem que acabar com a crise e o Brasil não pode ficar paralisado por conta de interesses pessoais de um ou de outro. A sessão foi feita em voto secreto, de forma totalmente arbitrária. Um dia triste para o país – lamentou ele, em entrevista à Folha, ontem à tarde.
Na votação, os deputados decidiram (272 votos a 199) que a maioria dos integrantes que analisarão o pedido de afastamento de Dilma será composta por parlamentares de oposição e de aliados dissidentes. No total, esta chapa ficará com 39 dos 65 lugares disponíveis.
No entanto, horas depois da confusão que decidiu qual chapa seria protocolada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin suspendeu o andamento do impeachment na Câmara. Assim, todo o processo, inclusive a instalação da comissão especial, fica paralisado até a próxima quarta, dia 16, quando o Supremo irá analisar ações movidas por políticos governistas que questionam o início da tramitação do impeachment na Câmara dos Deputados. O processo foi suspenso devido a deferimento de parte de um pedido feito ao tribunal antes da votação, pelo PC do B, sigla da base governista.