Com a necessidade de reduzir gastos e sem a intenção de aumentar impostos, o prefeito de Cabo Frio, Marquinho Mendes (PMDB) reconheceu ontem com exclusividade para a Folha o que já se especulava nos bastidores: será obrigado a demitir funcionários após a Semana Santa. No entanto, ele garante que as dispensas atingirão apenas servidores que possuíam contratos para a alta temporada. Na noite de anteontem, o prefeito se reuniu durante horas com o primeiro escalão do governo para falar do assunto.
– A reunião foi para isso. Para que a gente tenha a consciência da situação que vivemos e da necessidade de enxugarmos cada vez mais. Vamos ter que fazer uns cortes porque foram contratações temporárias, previstas. Não temos recursos para permanecer. Vamos reduzir a nossa folha. Não vamos passar do limite para poder pagar a todos – disse Marquinho, que não falou quantos funcionários encontram-se nessa situação.
Em matéria publicada da edição de ontem, o secretário de Fazenda, Clésio Guimarães, disse que é preciso cortar 20% das despesas em toda a administração municipal, mas Marquinho preferiu não estipular um percentual que, segundo ele, pode ser menor. Apesar de todo o controle e das medidas de austeridade ele admite que atrasos no pagamento podem acontecer.
– O risco acontece porque nós trabalhamos dia a dia. Precisamos pagar duas folhas. E dinheiro vai depender de quanto entra de recurso próprio. Tivemos um grande aporte de IPTU nos três primeiros meses o que nos possibilitou pagar R$ 120 milhões de folha. Só que agora voltamos à nossa taxa de normalidade. Faço tudo para não atrasar salário, mas não, ninguém faz mágica. Se não tiver recurso vamos postergar. Mas a única coisa que eu falo é que aqui tem transparência de gestão. Eu acompanho dia a dia – garante Marquinho.
Para aliviar um pouco o caixa, ele não apenas conta com a cobrança da Dívida Ativa, hoje em torno de R$ 400 milhões, mas do aporte de R$ 18 milhões do Governo Federal em emendas liberadas por ele mesmo, enquanto ocupava uma cadeira de deputado federal em Brasília. Mas enquanto o dinheiro não chega, o lema é economizar.
– Consegui reduzir a folha, mas na alta temporada ela é alta, por causa dos contratos temporários. Depois da Semana Santa, teremos a folha fixa. Mas eu quero, preciso e vou trabalhar com uma folha de R$ 25 milhões – promete.
Na edição da próxima terça-feira (11), a Folha dos Lagos publicará uma entrevista especial com o prefeito Marquinho Mendes sobre os 100 primeiros dias de mandato.