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Marquinho

Marquinho Mendes: '‘Adriano é filho político de Alair’

Prefeito diz não ter medo do TSE e faz crítica a adversário, que responde: ‘tentativa bisonha’

10 abril 2017 - 21h20
Marquinho Mendes: '‘Adriano é filho político de Alair’

O terceiro mandato do prefeito de Cabo Frio, Marquinho Mendes (PMDB), completou ontem três meses, em meio às celebrações pelos avanços iniciais, silenciosamente ainda paira a dúvida sobre a situação judicial da ação de inelegibilidade por abuso de poder político que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se por um lado, o prefeito diz ter ‘preocupação zero’ com a pendência judicial, ele não economiza farpas contra o adversário da última eleição, o médico Adriano Moreno, e o antecessor, Alair Corrêa. Afinal, nos bastidores, corre a informação de que ambos se aliaram para derrubar Marquinho em Brasília.

– Adriano foi derrotado nas urnas e não fico preocupado com o processo eleitoral, que já acabou. Ele deveria estar preocupado em ajudar o município que diz amar e não atrapalhar o processo administrativo. Adriano segue a mesma cartilha do seu pai político que é Alair Corrêa, que por quatro anos me atrapalhou a administração. Adriano e Alair tem a mesma conduta – disparou o prefeito.

Ainda não há qualquer julgamento agendado no TSE para definir a situação do prefeito. Enquanto isso, Marquinho garante que está preocupado apenas “em trabalhar pela cidade”. Ele tem viajado constantemente para a Capital Federal, mas para bater na porta de parlamentares e ministros com os pires na mãos, atrás de recursos.

Dedicado apenas à medicina, Adriano afirma que está preocupado com a situação da cidade e que espera que a Justiça decida logo a questão. Contudo, nega que esteja por trás de alguma conspiração. Adriano, para quem o prazo de começa a acabar depois da marca dos 100 dias, não deixou barato as declarações de Marquinho.

–Essa é uma tentativa bisonha de querer me ligar a esse modelo político falido de que ele faz parte. Modelo que é o mesmo que faliu o Estado do Rio. Conheço bem o Marquinho, trabalhei com ele 20 anos. Ele foi vice-prefeito de Alair por oito anos; deputado estadual com o apoio dele; prefeito com o apoio dele e eu é que sou cria de Alair? É querer “passar atestado de bobo” para todo mundo – retrucou o médico.

Nomeação de Kamilla: ‘Faria de novo, é capaz’

Um dos momentos mais controversos durante este período foi a nomeação da sua mulher, Ingrid Kamylla de Mendonça, como secretária de Assistência Social. Obrigado a recuar por causa do Ministério Público, o prefeito garante não ter se arrependido da nomeação. Apesar da Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal vedar a prática de nepotismo, ele diz que a questão não está bem, definida na Justiça.

– Se tivesse que fazer, faria de novo. A minha esposa é competente, é advogada, é capaz e a legislação é dúbia. Eu só retirei porque eu não quero criar atrito com o Ministério Público. Por que a minha esposa, que é capaz, não pode ser secretária de Assistência Social, se em Saquarema, o (ex-prefeito Antonio) Peres é secretário de governo da Manoela (Peres, prefeita e mulher de Antonio)? Em Duque de Caxias, o irmão de Washington (Reis) é secretário, a esposa é secretária – enumera.

Indagado sobre a razão de achar a legislação dúbia, o prefeito prossegue.

– Não tem definição. Ainda não foi definido pelo Supremo Tribunal Federal. A hora em que o martelo for batido, aí sim nós vamos ter uma decisão. Porque até agora ninguém sabe, se pode, se não pode. O promotor de Cabo Frio diz que não pode, o promotor de Saquarema diz que pode. Então não existe hoje uma regra definida – alega.

Menos de 15 dias após a nomeação de Kamylla, Marquinho não apenas teve que exonera-la, mas também o sogro e o cunhado, ambos com cargos na Comsercaf.