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Janio e Freixo trocam acusações por CPIs

Um acusa o outro de tentar barrar investigações sobre a Fetranspor

12 agosto 2017 - 10h12

GABRIEL TINOCO

 

Após ter retirado a assinatura da CPI dos Ônibus, na última terça-feira, o deputado estadual Janio Mendes (PDT) foi duramente criticado nas redes sociais. O pedetista cabofriense rebateu as críticas acusando o colega Marcelo Freixo (PSOL) de ter engavetado a CPI dos Incentivos Fiscais, presidida pelo próprio Freixo. No decorrer da semana, Freixo espalhou os seis nomes que desistiram da comissão que investiga a ‘Máfia dos Ônibus’ na Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro Fetranspor. E Janio foi um dos deputados listados.

– Toda a investigação está sendo feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, através da Lava Jato. Toda diretoria está presa e os computadores, apreendidos. Entendo que a Alerj deve aguardar as investigações para poder agir. Na assembleia, já existe uma CPI autorizada para essas investigações. É a que investiga os incentivos fiscais e tributários concedidos às empresas do Rio de Janeiro. As maiores delas são as empresas de ônibus, porque há incentivo de óleo diesel e do IPVA. Então, são as primeiras a serem investigadas. Mas não foi instalada porque o Freixo botou na gaveta e não investigou. Nós estamos na campanha ‘Desengaveta Freixo’ – ironiza Janio.

Janio alegou não estar preocupado com o seu nome exposto nas redes sociais.

– Não estou preocupado, de forma alguma, porque tenho uma conduta reta. Todo mundo em Cabo Frio me conhece e sabe da minha índole e do meu caráter. Fui o único a votar contra a concessão da Salineira por 50 anos enquanto vereador. E fui o único que foi à Justiça e derrubou a lei – completa.

Freixo se defendeu alegando que, mesmo como autor, não tem o poder de engavetamento. Ele salienta que a Mesa Diretora publicou os nomes dos deputados: André Corrêa (DEM), Edson Albertassi (PMDB) e Paulo Melo (PMDB). Todos da base do Governo. O parlamentar indicado pelo PSOL não foi incluído na comissão, o que desrespeita o regimento interno da Alerj. Ele ainda recorreu à Mesa Diretora, mas o presidente em exercício da Casa, André Ceciliano (PT), não julgou o recurso.
Freixo considerou a acusação de Janio uma tentativa de tirar os holofotes de si.

– O Janio está tocando nesse assunto só agora para poder não se explicar diante da sua atitude. Está querendo tirar o foco e, pelo jeito, não está conseguindo. O grupo de Janio Mendes, Luís Martins e Zaqueu Teixeira é da base do Sergio Cabral. Sempre defenderam os governos Cabral Pezão. Eles têm responsabilidade pelo caos que está acontecendo – dispara.

Marcelo Freixo ainda questiona a velocidade em que os seis deputados mudaram de ideia.

– Quando um deputado retira a assinatura de uma CPI, prejudica o trabalho parlamentar. Os deputados assinaram uma CPI pedindo uma investigação da Fetranspor. Depois de 24h, seis deles retiram uma assinatura. Por que decidiram no mesmo momento? Não vamos dizer que é coincidência. Retiraram para mais uma vez não investigar a Fetranspor. Isso no mesmo momento em que estão delatando deputados da assembleia. No mesmo momento que o ex-governador Sérgio Cabral é acusado de receber proprina da empresa. Há motivos de sobra para investigar. Não há outro motivo a não ser a pressão que eles sofreram para retirar. O que fizemos foi divulgar os nomes. Quem tem vida pública, tem que assumir o que faz. O Parlamento não é um clube de amigos – finalizou.