O Brasil poderia ter comprado, no ano passado, vacinas da Pfizer pela metade do preço pago por Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia. Os imunizantes foram oferecidos a 10 dólares por unidade pela fabricante. Na negociação, que não foi levada adiante pelo Governo Federal, teriam sido entregues 70 milhões de doses em dezembro, noticiou nesta segunda-feira (7) o jornal Folha de S. Paulo.
O Ministério da Saúde, agora comandado por Marcelo Queiroga, prevê R$ 30 bilhões para a vacinação no país. Essa valor equivale a 10% do auxílio emergencial em 2020 e também é menos do que os R$ 44 bi previsto para este ano como compensação pelo fechamento da economia.
EUA e Reino Unido, que já imunizaram 40% da população, pagaram 20 dólares pelas doses da Pfizer. Para a União Europeia, esse preço ficou em US$ 18,60.
Na CPI, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, classificou a proposta da Pfizer como "agressiva" e disse achar "caro o preço de 10 dólares a dose . Meses depois, a gestão Pazuello fechou o negócio com a empresa com esse mesmo valor.
Antes da Pfizer, o Brasil se vacinava com a Coronavac, do Instituto Butantan, e AstraZeneca-Oxford, distribuída pela Fiocruz. Até o momento, 11% da população brasileira recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19.
O Brasil fechou novo contrato com a Pfizer que prevê 100 milhões de doses até dezembro.
O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), contabilizou 53 emails ignorados da farmacêutica pelo governo federal a partir da agosto sobre as 70 milhões de doses.